domingo, 11 de julho de 2010

Equívocos e saudades do velho Elinaldo Barbosa

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O futebol é uma das artes que privilegia apenas algumas pessoas dotadas desse dom que vem de Deus. Sou do tempo em que se acompanhavam as partidas de futebol, campeonato santareno da primeira divisão, no antigo estádio Elinaldo Barbosa, com a participação de grandes jogadores ovacionados pela grande torcida.

Na época as duas maiores forças do futebol, o São Francisco e o São Raimundo, inspiravam admiração pelo futebol bem jogado e isso traduzia o respeito das torcidas dos dois clubes. Os jogadores não recebiam salários para jogar, mas havia comprometimento, fidelidade à camisa e identificação com a torcida local.

O velho Elinaldo Barbosa era pequeno, mas aconchegante. Os técnicos dos clubes era gente do povo e jamais criavam animosidades com a imprensa. Outros clubes de nossa cidade Fluminense, Flamengo, Náutico, Esporte Clube Santarém, Norte Clube, Veterano e América Futebol Clube do saudoso Lahire Cavalléro. Todos esses clubes participavam das competições oficiais, mas a disputa realmente girava em torno de São Francisco e São Raimundo.

O tempo passou e um novo estádio foi construído. A metáfora da história nos revela que já tivemos grandes craques em nossos clubes, mas não havia uma boa praça de esporte. Hoje temos um estádio razoável, mas os bons jogadores da cidade desapareceram. Os dois principais clubes da cidade têm que importar jogadores se quiserem disputar um campeonato, mesmo assim, medíocre.

No sábado passado (10/7) fui ao estádio “O Barbalhão” assistir ao treino do novo plantel do São Raimundo. O clube se prepara para disputar o Campeonato Brasileiro da Série C. No entanto, sai desanimado, pois não consegui perceber vibração e entusiasmo dos jogadores em campo. Grande maioria é de fora. Não têm afinidade com os sentimentos do clube e nem identidade com a nossa terra. São bons jogadores, mas distante de uma boa média para a competição.

Mas o pior mesmo estava por vir. Houve um rumor de que o treinador do São Raimundo, Walter Lima, estaria no meio de uma polêmica com a imprensa. Ele não estaria permitindo que os repórteres setoristas divulgassem os assuntos internos do clube e nem permitindo entrevistas de certos jogadores às emissoras locais. Ou seja, estava com a mesma sídrome do "finado" Dunga que não nos levou a lugar algum com a sua arrogânica e falta de equilíbrio para conviver com a rotina do esporte.

Os rumores se tornaram fato quando o presidente do Sindicato dos Radialistas de Santarém, Minael Andrade e o repórter Nelson Moura, da Rádio Tropical de Santarém foram conversar comigo sobre um ofício encaminhado ao presidente do clube, Rosinaldo do Vale, para informá-lo sobre o ocorrido.

Não sei qual será a desfecho da medida adotada pelo presidente dos radialistas de Santarém. Só sei que agiu correto em mediar o impasse. O papel dele realmente é proteger os associados de sua entidade e como jornalista diplomado, jamais permitir ameaças a liberdade de expressão ou censura disfarçada à imprensa, seja pelo treinador ou por qualquer pessoa que use um cargo para esse fim.

Lamentamos profundamente a postura equivocada de Walter Lima. Essa atitude reforça a mesma antipatia do ano passado. Acompanhei uma novela parecida do treinador com o repórter Minael Andrade. No momento havia uma polêmica sobre quem seria o novo técnico do São Raimundo e ele dizia que daria entrevista quando o contrato fosse assinado. Mesmo depois do contrato firmado continuou tratando o repórter, a Rádio Rural e os ouvintes como se fosse a Rainha da Inglaterra.

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