sábado, 10 de dezembro de 2011

REVOLUÇÃO CIVIL ANUNCIADA

Por Ednaldo Rodrigues

Os paraenses do interior do Estado ficaram mais distantes de Belém depois que o Governador Simão Jatene se posicionou ao lado dos políticos defensores do NÃO, declarando desprezo a população do interior do Pará. O SIM Está planejando fazer uma revolução civil se o NÃO vencer. O Pará já passou por isso e a experiência foi desastrosa. Milhares de inocentes foram cruelmente assassinados por determinação do Governo do Pará, entre 1835 e 1837, por ocasião da Revolução da Cabanagem.

Sobre o plebiscito, os eleitores de Belém precisam entender que a história do Tapajós é diferente. O Tapajós tem legitimidade, tem identidade, tem raiz e, sobretudo, tem a credibilidade da população que luta pela sua emancipação administrativa há 161 anos.

Neste domingo os paraenses, principalmente, da capital Belém tem uma grande oportunidade de provar aos paraenses do interior que realmente os consideram, os respeitam e são irmãos de verdade e não uma repetição vazia da palavra.

O primeiro voto é do Tapajós. O eleitor pode votar 77 SIM e 55 NÃO se assim decidir. O projeto do Estado do Tapajós já tem mais de 150 anos de história e os paraenses não podem negá-lo, pois, seria o mesmo que negar a própria história do Pará, marcada por divergências desde a adesão do Estado à independência do Brasil.

Votar em favor do Estado do Tapajós é devolver ao povo nativo da região, aos descendentes do Tapajós sua autonomia, usurpada pelos invasores europeus de forma autoritária, truculenta e desumana. Optar pelo primeiro voto, no Tapajós 77 SIM, é votar na legitimidade de um povo que sempre lutou pela sua autonomia, mas todas as vezes que isso ocorreu foi esmagado pelo Governador do Pará, seja nessa ou naquela ocasião.

Votar no Tapajós é partilhar com os irmãos do oeste do Pará o direito a saúde, educação, transporte, infraestrutura, segurança pública. Votar no Tapajós é realizar o sonho de várias gerações que lutaram por esse ideal e sempre foram desconsiderados, desrespeitados e esmagados pelo poder.

Se o eleitor da capital disser SIM ao Tapajós estará evitando uma revolução civil no Estado do Pará. Uma revolução bem maior do que a que ocorreu em 1835, quando o governo do Pará, com as armas da truculência, da arrogância e da prepotência mandou assassinar milhares de paraenses nativos e inocentes.

Portanto, votando SIM ao Tapajós os paraenses de Belém podem evitar uma nova revolução civil e, conseqüentemente, um massacre ao povo humilde. O povo do Tapajós precisa desse Estado para recuperar a sua dignidade, a sua honra e o respeito diante de sua história. Reconquistar o território que sempre foi seu direito e por natureza.

Não podemos mais esperar nada das mesmas autoridades que chamaram os paraenses do interior de esquartejadores, de ladrões, de assassinos. Essas mesmas pessoas recebem o apoio total do Governador do Estado. Isso demonstra que ele optou por aqueles que denegriram a nossa imagem, honra e dignidade.

O eleitor de Belém precisa entender que o NÃO aprofundou um fosso social ainda maior que havia entre o interior e a capital. As lideranças políticas da capital se fossem responsáveis deveriam trabalhar para esclarecer aos cidadãos do Pará, que o Tapajós é um projeto importante para todos e não declarar guerra ao nosso povo.

Se o SIM vencer, podem evitar uma tragédia anunciada e o povo da capital demonstrará que realmente se importa com os irmãos que vive em condições subumanas e oprimidas no interior do Estado do Pará. Mas se infelizmente isso não acontecer haverá uma revolução civil e a história do Pará, novamente, será manchada de sangue inocente.

O povo do interior jamais vai se render ao julgo de meia dúzia de políticos e de empresários da capital, que empunharam a bandeira do NÃO apenas para se promover. Não se trata de uma ameaça é um alerta aos eleitores da capital. Se a revolução acontecer, os líderes políticos: Simão Jatene, Zenaldo, Sabino e outros vão estar longe das ruas e o sangue deles é o ultimo que vai jorrar pelas ruas do Pará. Antes de votar, eleitor paraense, pense nisso. Com o seu voto no SIM poderá evitar um desastre ainda maior.

Em Santarém, haverá uma grande fogueira em frente à cidade. Se o SIM vencer o fogo vai simbolizar a luz da vitória. Se o NÃO vencer a fogueira servirá para queimar o orgulho dos paraenses, pois independente, do resultado o povo do Tapajós não vai mais fazer reverências aos símbolos do Estado do Pará.

O autor é jornalista
E-mail: Ednaldorodrigues@hotmail.com

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

POR QUÊ E POR QUÉM VOTAR DOMINGO?

Por Ednaldo Rodrigues

Domingo vamos votar por nós e pelo futuro das novas gerações.
Vamos votar por nós e por nossos filhos e filhas.
Vamos votar por nós e pelas grávidas que morrem por falta de atendimento nos hospitais da capital e do interior do Pará.
Vamos votar por nós e pela juventude que não tem perspectiva de emprego.
Vamos votar por nós e pelos idosos que não tem onde morar.
Vamos votar por nós e pelas famílias destruídas por falta de oportunidade de trabalho e estudo para seus filhos, esposos e esposas.
Vamos votar por mais saúde, educação, segurança pública, infraestrutura.
Vamos votar pela honra de tantas gerações que morreram e não tiveram a oportunidade de viver esse momento tão importante que é o plebiscito.
Vamos votar pela nossa dignidade, pela nossa honra e pela nossa liberdade.
Vamos votar contra o cinismo, o deboche, o egoísmo, o colonialismo, a opressão, o desprezo e o histórico abandono.
Vamos votar por um Pará grande em justiça, solidariedade, partilha e igualdade.
Vamos votar pelo amor ao próximo.
Vamos votar pelo sentimento que temos por nossos filhos e pelos nossos entes-queridos que se foram pela ausência do Estado.
Vamos votar contra o autoritarismo do NÃO e NÃO.
Vamos votar contra as falsas lágrimas da Fafá de Belém, que nem mora no Brasil.
Vamos votar contra a atriz Dira Paz, que não mora no Pará.
Vamos votar contra o jogador Ganso que mora em São Paulo.
Vamos votar contra os cantores de Belém que só vêem ao interior do Estado para fazer seus shows e ganhar o nosso dinheiro.
Vamos votar contra o latifúndio do Estado do Pará.
Vamos votar contra o Governador SIMÃO JATENE, contra o Zenaldo e contra Celso Sabino, que usam os nossos impostos pra nos oprimir e nos humilhar.
DOMINGO VAMOS VOTAR PRIMEIRO PARA CRIAR O ESTADO DO TAPAJÓS E DEPOIS PARA CRIAR O ESTADO DO CARAJÁS. VAMOS VOTAR 77, SIM.

O autor é jornalista e professor universitário
E-mail: ednaldorodrigues@hotmail.com

domingo, 4 de dezembro de 2011

ARROGÂNCIA, CINISMO E HIPOCRISIA

.Por Ednaldo Rodrigues

Arrogância, cinismo e hipocrisia, em vez de propostas, são as posturas mais evidentes que conseguimos extrair dos dois representantes do “não” contra o SIM 77. O plebiscito para criação dos estados do Tapajós e Carajás tem contribuído também para revelar a forma com que as elites da capital Belém tratam os paraenses empobrecidos, ou seja, com deboche, desprezo, preconceito e xenofobia.

Quando o Zenaldo Escrotinho e o Celso Burrinho dizem que somos meia dúzia de políticos. Isso é uma mentira absurda e uma ofensa grotesca as lutas sociais de gerações que lutaram e lutam pela emancipação do Pará desde 1850, ora mais forte, ora mais tímida, mas esse ideal sempre foi perseverado pela nossa gente.

Em 2007, ajudei a coordenar um abaixo-assinado para a coleta de 500 mil assinaturas na região oeste do Pará, solicitando a aprovação do plebiscito. Esse documento está protocolado no Congresso Nacional e é do conhecimento do Zenaldo. As 500.151 pessoas que participaram do abaixo-assinado não são meia dúzia. Além disso, o projeto que o Congresso Nacional aprovou detém uma emenda com outro abaixo-assinado com 17 mil assinaturas em anexo.

No entanto, para mim, que faço parte da luta pela criação do Estado do Tapajós há 10 anos, trabalhando como voluntário, essa postura leviana não é novidade. Aos paraenses que não acompanharam a nossa luta jamais poderiam imaginar que em Brasília, nos últimos anos, o Zenaldo sempre nos humilhou, com a mesma postura autoritária e com a mesma cara cínica e arrogante.

Em Brasília, sempre lutou contra a realização do plebiscito, de forma covarde a traiçoeira, desarticulando a luta de pessoas humildes que não tinham mandato, mas pessoas honradas que sempre sonharam com dias melhores à nossa gente. Hoje continua usando de má fé o mandato para se promover. O Zenaldo sabe que a criação do Estado do Tapajós é irreversível, mas está aproveitando o momento para semear discórdia entre os paraenses e impor sua candidatura a Prefeitura de Belém e os belenenses nem se dão conta disso.



Quando o Zenaldo e o Celso nos tratam de forma preconceituosa, nos chamando de separatistas e esquartejadores do Pará, afirmando que estamos tirando toda a área territorial e as riquezas minerais do Estado, mais uma vez revelam que não nos consideram e nem nos respeitam como paraenses e demonstram total desprezo pelos mais empobrecidos e necessitados. Essas áreas também nos pertencem, pois temos direitos maiores, pois somos nativos da região e a nossa história fala por nós.

Esse plebiscito é uma oportunidade ao povo da região do Tapajós de reconquistar tudo o que nos foi usurpado pelos colonizadores da capital. A história antropológica da região afirma que antes da instalação da capital Belém já havia um povo nessa região que tinha a sua independência administrativa, mas com a invasão dos Portugueses tudo o que pertencia a esse povo foi usurpado pelos colonizadores e tanto Zenaldo como Sabino representam muito bem os colonizadores e os escravocratas, que historicamente oprimiram e continuam oprimindo o nosso povo.

Se existe alguém que precisa reconquistar territorio é a nossa gente e não a aleite política de Belém. Alias, é bom lembrar que com o lastro de nossas riquezas essa mesma elite política fez vultosos empréstimos internacionais para aumentar o patrimônio pessoal deles e construir obras faraônicas, que só beneficiam as elites da capital. O pagamento, no entanto, desses empréstimos é feito com os impostos de todos os paraenses, inclusive, dos mais empobrecidos do Tapajós, Carajás, Salgado, Marajó e pela periferia pobre da capital. É pra isso que servimos, Zenaldo? Para pagar a dívida de meia dúzia de folgados, como os políticos tradicionais e os empresários opressores da capital?

O posicionamento dos dois defensores do não, representa a manutenção do latifúndio que é uma herança cruel, centralizadora, concentradora e escravagista das Capitanias Hereditárias, inspirada no feudalismo. Zenaldo e Sabino representam os senhores feudais do século 21. Na visão deles, os mais empobrecidos do Pará somos os servos que só temos o dever de trabalhar para pagar os impostos e eles usufruírem. Nós não temos direito de lutar para melhorar a vida das pessoas que vivem abandonadas pelo Estado do Pará tanto na região oeste como no sul do Estado.

A postura dos dois deputados, que falam de forma cínica dos políticos, como se ambos não os fossem também, deixa muito claro o desprezo que eles têm pela luta secular de gerações, que vêem na criação do Estado do Tapajós, uma alternativa para oferecer mais dignidade aos paraenses que moram distante da capital Belém. Nos debates se esforçam de todas as formas para confundir a cabeça do eleitor menos esclarecido. Isso é desumano, cruel e covarde.

Zenaldo e Celso revelam que o minério e a área territorial do Estado, ou seja, o latifúndio são mais importantes que os problemas enfrentados pelos paraenses do interior e da periferia do Pará. Falam como se tudo o que há fosse propriedade do Parazinho. Falam como se a falta de médicos, segurança pública, infraestrutura, educação, falta de moradia, saneamento básico e outros serviços públicos não significassem nada. Isso significa a vida das pessoas e é pelas nossas vidas que os dois Pinóquio tem desprezo.

Infelizmente, o Pará não consegue atender as demandas sociais de seu povo, mas esse tema é ignorado e aos dois é natural crianças, idosos e grávidas morrerem por falta de leitos e de hospitais. É por tudo isso que eu digo a todos os paraenses do interior e da capital que estamos diante de uma oportunidade única. Precisamos votar SIM 77 ao Tapajós e ao Carajás e se realmente amamos o Pará, precisamos amar também o seu povo. Com a criação de dois novos Estados estaremos garantindo o futuro de nossos filhos e das gerações futuras.

Recordo que ontem o Zenaldo Escrotinho encerrou a sua apresentação teatral na televisão falando de sentimento pela área territorial, minério, bandeira e cultura do Pará. O que diriam a ele as mães que perderam suas crianças, no interior do Estado, por falta de atendimento básico; os filhos dos idosos que perderam seus pais por falta de assistência médica; os maridos que perderam suas esposas e filhos prematuros durante o parto por falta de leitos nos hospitais no interior do Pará e mais recentemente, na Santa Casa em Belém. Eles também não têm sentimentos por seus entes-queridos?

ergunto ainda mais aos meus amigos internautas e também ao Zenaldo Escrotinho e ao Celso Burrinho: área territorial, minério, bandeira e a cultura do Pará têm mais valor do que a vida das pessoas? A união que eles nos propõem é essa? Vida digna as elites da capital e a morte aos nossos paraenses do interior do Estado? Essa é a repetição do velho filme que motivou a Cabanagem em 1835, quando as elites da Capital mandaram matar milhares de pessoas humildes do interior, que eles, os chamavam de Cabanos. É isso que pretendem fazer novamente se não nos rendermos ao julgo dessas elites conservadoras, autoritárias e cínicas? Eu refuto o sentimento falso do Zenaldo e, humildemente, peço a todos que votem NO DIA 11 DE DEZEMBRO SIM 77 AO TAPAJÓS E AO CARAJÁS.

A criação do Estado do Tapajós é uma proposta secular e que surge do verdadeiro sentimento do povo do interior, empobrecidos pelos colonizadores da capital, a elite, que nada tem haver com a grande população de Belém, que também é vitima desse poder que despreza o cidadão e aniquila o sonho de gerações e gerações.

O autor é jornalista e professor universitário
E-mail: ednaldorodrigues@hotmail.com

segunda-feira, 7 de novembro de 2011



ACADEMIA DE LETRAS E ARTES DE SANTARÉM


EDITAL DE VACÂNCIA


No uso das atribuições que me são conferidas por lei e obedecendo o Artigo 5º do Estatuto Social da Academia de Letras e Artes de Santarém (ALAS), venho tornar público o Edital de Vacância das cadeiras números: 13, 22 e 34, da ALAS. Bem como, o Edital de inscrição, no período de 7 a 21 de novembro de 2011, para novos membros dispostos a participar do processo seletivo para integrar o quadro da Academia.


As inscrições, por meio de ofício, podem ser protocoladas junto a recepção da Secretaria Municipal de Cultura (SEMC), sito: Avenida São Sebastião, 965, Santa Clara, CEP: 68005-090. O ofício deverá ser endereçado à Secretaria Geral da ALAS.


Na Assembléia Geral da Entidade, no dia 04 de novembro de 2011 foi aprovada uma Comissão para analisar a vida e obra dos candidatos que irão concorrer a uma das três vagas disponíveis pela Academia, conforme o Artigo 6º, parágrafo 1º, do Estatuto.


A eleição será realizada, no dia 2 de dezembro de 2011, em primeiro e segundo turnos para a escolha dos novos integrantes da ALAS, de acordo com Artigo 6º, parágrafo 2º, do mesmo Estatuto, em uma sessão extraordinária, especificamente, para esse fim.




Santarém-Tapajós, 07 de novembro de 2011

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

TEMPERATURA EM SANTARÉM: A PERCEPÇAO CIENTÍFICA SOBRE O SENSO COMUM

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por Ednaldo Rodrigues (*)

Desmatamento, crescimento populacional, aumento da frota de veículos automotores e a urbanização da cidade estão entre outros fatores causadores da elevação da temperatura ambiente em Santarém, afirmou o cientista em Física da Atmosfera Rodrigo da Silva (foto). Segundo ele, difícil é determinar o peso para cada um dos fatores e identificar qual foi o mais determinante para a alteração do clima na cidade.


Rodrigo da Silva comenta o ponto de vista de pessoas que moram em Santarém, sobre a elevação da temperatura, em bairros da cidade, nos últimos 20, 30 e 40 anos.
O aposentado Francisco de Paulo Vasconcelos dos Santos, 66, mora em Santarém, no centro da cidade, há 47 anos. Durante 38 anos, trabalhou como taxista. Segundo ele, a temperatura na cidade aumentou consideravelmente. Na época em que trabalhou na praça, não havia o ar condicionado, mesmo assim a temperatura ambiente não apresentava tanta diferença quando ele saia do carro. Na opinião do taxista, a temperatura atual é superior em relação há 40 anos.

O servidor público Manoel Gilberto Vieira dos Santos, 53, natural do Lago Grande, chegou a Santarém em 1975. Há 36 anos, mora no bairro da Esperança, que fica mais afastado do centro. Quando chegou o bairro era todo coberto de vegetação e o clima era melhor em relação aos dias atuais, mesmo que na época não houvesse qualquer sistema de medição de temperatura.

Relógio climático

Gilberto Vieira lembra que a temperatura no interior, na comunidade de origem, mesmo nos anos de 1970 era mais amena do que na cidade. No Lago Grande o clima era mais agradável enquanto que na cidade era mais incômodo, principalmente durante o dia. Embora, na época a urbanização ainda estivesse iniciando.

Outro entrevistado, Gilberto Soares Diniz, 51, mora em Santarém há 49 anos e durante 15 anos trabalha como taxista. Ele também diz que a temperatura na cidade se elevou bastante nos últimos 20 anos. Uma das mudanças mais evidentes foi o relógio climático que alterou a estação local. Antes, o inverno e o verão eram muito bem definidos. Hoje, já não se sabe quando vai iniciar o período de chuva. Há 20 anos se sabia que em novembro haveria chuva, agora, no entanto, o inverno rigoroso só inicia em dezembro ou janeiro.

Nem sempre o progresso econômico significa progresso social, afirma Gilberto Diniz. Para o setor da economia, os projetos de urbanização da cidade, no campo e em outros setores da sociedade são favoráveis. Mas não tem o mesmo significado para a sociedade, uma vez que afeta a saúde das pessoas e o meio ambiente.

O vereador Reginaldo Rocha Campos (PSB) também acredita que houve aumento considerável na temperatura ambiente da cidade. Mora em Santarém, no Aeroporto Velho, um bairro não planejado, há mais de 20 anos. Em decorrência do perceptível aumento da temperatura, defende a tramitação, na Câmara Municipal, de um projeto de Lei que prevê a arborização total da cidade.

Radiação solar

O cientista Rodrigo da Silva, por sua vez, disse que para definir o clima de uma região faz-se necessário estudá-la em um longo período. Geralmente essa temperatura é tomada em local específico de uma região. Analisa-se a umidade relativa, o índice de precipitação, os estudos pluviométricos, velocidade e direção do vento, os índices de radiação solar ao longo do dia, a transformação de água líquida na superfície em vapor que vai para a atmosfera.

Somente entre 20 e 30 anos de estudo é possível levantar dados estatísticos, trabalho de média, definição de meses mais quentes, ventilados e chuvosos. Tudo isso é necessário para definir as condições climáticas de determinada região. Enquanto a temperatura ambiente é medida na atmosfera em determinado momento. Para o senso comum não interessa a temperatura ambiente e sim a temperatura média.

O pesquisador esclareceu que na região se tem o clima urbano na cidade e o clima rural no interior. Segundo ele, o clima sofre modificações das variáveis (temperatura, vento, radiação), que respondem a superfície que está a baixo. A superfície urbana cheia de concreto, asfalto, com toda uma poluição indo para atmosfera vai gerar um clima que representa todas as condições de reação e, consequentemente, a modificação da temperatura.

O clima do planalto, em áreas menos urbanizadas, com mais vegetação, densamente cercado por florestas o clima é mais agradável. Nesse mesmo local em áreas agrícolas e de campos limpos, onde há incidência de desmatamentos o clima é mais rigoroso. As duas áreas, mesmo que estejam na zona rural e próximas uma da outra, ainda assim vai apresentar diferença na temperatura.

Zona urbana

Rodrigo da Silva diz que em regiões de rios também haverá diferença de percepção na temperatura. Hoje as pessoas que moram nessas áreas não conseguem perceber com mais clareza, pois as mudanças do clima nesses locais ocorrem muito lentamente.

O cientista diz que na zona urbana, um dos fatores que provoca maior elevação na temperatura é o aumento da frota de veículos automotores, criando uma ilha de calor sobre a cidade que impede que o ar quente seja liberado. Esse fenômeno impede o resfriamento do lugar. Na zona rural um dos maiores causadores da elevação da temperatura é o desmatamento.

Os quatro entrevistados dizem que a elevação da temperatura em Santarém se dá pelo aumento da população, construção de casas, desmatamento da área urbana, das matas ciliares dos mananciais dos rios e dos igarapés, bem como a pavimentação das ruas. Há três décadas as casas eram cobertas de palha e as paredes de pau-a-pique, mas com a chegada da modernidade as coisas mudaram e grande parte das construções é em alvenaria, cobertas com Brasilit. Depois disso a temperatura ambiente das residências se elevou e hoje é praticamente insuportável viver em Santarém sem o auxílio do ventilador ou do ar condicionado.

No entanto, nem tudo está perdido, diz Rodrigo da Silva. Se houver vontade política por parte dos gestores públicos, há possibilidade e meios para melhorar o clima em Santarém, com uma boa engenharia de trânsito, saneamento básico e outras medidas governamentais nas áreas da educação integral, bem como projetos capazes de melhorar a qualidade de vida das pessoas que moram na cidade.

Rodrigo da Silva é cientista, doutor em física, com especialidade em física da atmosfera. Desde 2009 coordena o Projeto LBA, em Santarém; o grupo Bio Geofísica da Região Amazônica e Modelagem Ambiental (BRAMA), da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). Desenvolve pesquisa na área da Micro-metrologia, com estudos da física do clima na região Amazônica.

* Santareno, é jornalista. Faz especialização em Jornalismo Científico pela UFOPA

sábado, 22 de outubro de 2011

O NÃO LUTA POR NADA

Por Ednaldo Rodrigues

Os paraenses defensores do SIM 77 lutam pela criação de dois novos Estados, enquanto que os defensores do não lutam por nada.

O defensor do não contra o Estado do Tapajós, em entrevista, admitiu que há problemas sérios nas áreas da saúde, educação, segurança pública, infraestrutura e falta outros investimentos na região do Tapajós, mas disse que não aceita a reordenamento territorial do Pará. Isso representa o autoritarismo da gestão pública paraense e a anti-democracia típica dos colonizadores.

Além disso, o defensor do não, não apresentou nenhuma saída concreta, capaz de melhorar a qualidade de vida das pessoas que querem a emancipação a médio ou em longo prazo.

Nós do SIM 77 lutamos por empregos para a juventude de toda a região desse grande Pará. Lutamos por saúde, educação, segurança pública, infraestrutura e por novas oportunidades.

Os contra lutam para manter o atraso, o colonialismo, o abandono e o isolamento social de nossa gente. Isso é defender um grande Pará ou os seus interesses pessoais?

Quem ama o Pará continental deveria também amar o nosso povo. Lutar pelo não é o mesmo que perder a oportunidade de criar dois novos estados e de triplicar os recursos em favor de todos os paraenses.

Ser contra a reordenamento do Pará não é apenas um grande equívoco é um EQUÍVOCO ESTÚPIDO. O defensor do não contra o Estado do Tapajós é fraco. Não conhece a realidade do Estado do Pará e por isso, pode até ser um aliado do SIM TAPAJÓS 77.

Ele disse que os dados que utiliza para ser contra o reodenamento político do Pará são oficiais (UFPA, IDESP, IPEA) e tentou desqualificar os estudos feitos pelo economista Célio Costa, que apontam viabilidade de Tapajós e Carajás.

No entanto, os números que o Célio Costa sustenta em seus estudos são das mesmas fontes: IBGE, SEPOF e IDESP, IPEA órgãos oficiais dos governos Federam e Estadual e qualquer pessoa pode acessar nos sites oficiais e confirmar.

Nós paraenses, estamos diante de um momento único. O Brasil está nos dando a oportunidade de fortalecer política e economicamente a Amazônia com a criação de dois novos estados. Os políticos e os empresários do NÃO estão se lixando com os problemas sociais da população. Por isso, os paraenses do interior e da capital precisam ser mais espertos e votar SIM 77 e ajudar a triplicar os recursos para a região.

Com a criação de Tapajós e Carajás estamos apresentando um projeto de desenvolvimento, alternativas e oportunidades ao nosso povo. Manter o Pará do jeito que está é negar os direitos básicos da população de acesso a saúde, educação, infraestrutura, segurança pública, lazer e, sobretudo, ser contra é impedir o desenvolvimento do Norte do Brasil.

O autor é jornalista e professor universitário

quinta-feira, 2 de junho de 2011

A EPOPÉIA SOBRE O PLEBISCITO DO TAPAJÓS (II)


Por Ednaldo Rodrigues (em 31/05/2011)

A segunda parte do artigo “A epopéia sobre plebiscito do Tapajós" é o resumo de uma viagem de 2004 até os dias atuais. Foi nesse período que houve avanços significativos na organização da entidade. As lideranças que estavam à frente do Movimento entenderam que era preciso renovar com a participação de novos integrantes e envolver os poderes Executivo e Legislativo do Oeste do Pará.

No segundo semestre de 2004, os principais representantes da Frente Popular pelo Estado do Tapajós, Odair Corrêa e Orlando Pereira procuraram apoio da Prefeitura Municipal de Santarém, de forma mais efetiva. Na época o prefeito Lira Maia determinou inicialmente para participar da organização social o então coordenador de Turismo Emanuel Júlio Leite e depois o seu assessor especial Eriberto Siqueira dos Santos.

Em seguida, o prefeito Lira Maia e o vice-prefeito Alexandre Von reuniram-se comigo, Ednaldo Rodrigues, que na época ocupava o cargo de Coordenador de Comunicação do Município. Prefeito e vice determinaram que eu representasse a Prefeitura Municipal de Santarém junto a Frente Popular a partir daquele momento. Eu já conhecia um pouco da história da emancipação do Oeste do Pará, como jornalista (Esqerda para a direita: Beth Lima, Eduardo Paiva, Emir Aguiar, Lira Maia, Reginaldo Campos, Ednaldo Rodrigues, Orlando Pereira, Odair Corrêa, Núbia Angelino.



Participei de uma reunião da Frente Popular representada naquela ocasião por quatro pessoas: Odair Corrêa, Orlando Pereira, Francisco Cunha e a professora Zilma Colares. Naquela reunião ficou decidido que o Frente precisava de maior articulação e mobilização social. Ao sair da Associação Comercial tive uma longa conversa com o vereador Reginaldo Campos (PTB) que participou da reunião como representante da Câmara Municipal. A partir dessa reunião, o vereador, jamais deixou de lutar pela emancipação do Oeste do Pará.

Percebi que havia necessidade de renovar o grupo e unir os demais movimentos que havia, mas sem atuação. Na época havia o Comitê pro criação do Estado do Tapajós (lideranças: ex-deputado federal Hilário Coimbra, advogado Tido Viana, médicos Emanuel Silva, Francimere Silva, historiador Hélcio Amaral; Fórum permanente pelo Estado do Tapajós (lideranças: Ademilson Pereira, Aldo Queiroz e João Elias) e a Frente Popular (lideranças: Odair Correa e Orlando Pereira). Sugerimos então que organizássemos juridicamente uma única entidade para cuidar dos interesses da emancipação.

Tivemos muito trabalho para reorganizar o que estávamos propondo. O então presidente da Associação Comercial e Empresarial de Santarém, o saudoso Ademilson Pereira, um grande entusiasta pela emancipação, disse-me em particular que era preciso encontrar um novo local para a Frente Popular se reunir.

A Associação Comercial e Empresarial de Santarém, um dos segmentos empresariais que sempre esteve ao lado do Movimento, destacamos aqui a efetiva participação dos os ex-presidentes Ivair Chaves, Hélcio Amaral, Ademilson Pereira, Renato Dantas, Olavo das Neves, o atual presidente Alberto Oliveira e tantos outros que sempre apoiaram o plebiscito do Estado do Tapajós nos últimos vinte anos.

No biênio de 2002/2004, o presidente da Câmara Municipal de Santarém era o vereador Emir Aguiar (PL), meu amigo particular. A alternativa era levar a entidade para a Câmara Municipal e antes de Odair e Orlando falar sobre um espaço na Câmara me antecipei para fazer bom uso da amizade que desfrutava com o presidente e ficou combinado que Frente Popular seria alocada na Sala das Comissões do Poder Legislativo.

Outro passo importante foi a criação de uma nova organização. Surgiu a idéia de criamos um movimento unindo todas as entidades anteriores. Com essas idéias as nossas reuniões foram tomando corpo. Quando a vereadora Beth Lima (PL) assumiu a presidência da Câmara (biênio 2005/2006) continuou dando apoio ao movimento, promoveu a reforma do prédio da Câmara e com ajuda de todos os vereadores designou uma sala para sediar o Movimento, inclusive cedendo parte dos equipamentos que foram completados na presidência do vereador José Maria Tapajós.

Mas estava faltando uma pessoa para liderar o novo Movimento. Uma pessoa que não tivesse perfil político partidário, mas com muito prestígio, que tivesse independência profissional e financeira. Uma pessoa que fosse respeitada e admirada pelas lideranças que já haviam encabeçado a luta pela emancipação.

Na condição de representante da Prefeitura Municipal de Santarém, eu tinha a responsabilidade de apresentar uma pessoa que ainda não tivesse desgastada. Tanto Odair Corrêa quanto Orlando Pereira, que muito já haviam contribuído com a causa, eles mesmos percebiam que estava na hora de apresentar uma nova liderança.

Lembrei-me de vários amigos. Amigos de décadas e cheguei ao professor Edivaldo Bernardo, que era meu grande parceiro na área cultural há mais de duas décadas.

A primeira vez que tentei conversar, ele não deu muita atenção a minha proposta. O mesmo aconteceu da segunda tentativa e me disse que no meio político havia muita picaretagem. Na terceira conversa disse a ele que havia muitas crianças, mulheres e idosos morrendo no Oeste do Pará por falta de remédios básicos, vacinas e outros direitos garantidos na Constituição do Brasil.

Em seguida disse-me que precisa ter alguma garantia de que não haveria traição no grupo ou pessoas usando a causa para se promover politicamente. Garanti a ele que se atendesse o nosso convite seria o coordenador do novo Movimento com a minha ajuda. Ele aceitou e o resultado todos nós já conhecemos. Somos a diretoria do Movimento e a geração que conseguiu aprovar o projeto que autoriza o plebiscito. É claro com a participação e articulação política de todas as nossas lideranças da região.

Fundamos o Movimento pelo Plebiscito do Estado do Tapajós, no dia 25 de maio de 2004, reunindo todas entidades criadas anteriormente para lutar pelo plebiscito, coordenado pelo professor doutor Edivaldo da Silva Bernardo e eu fiquei como Secretário Geral.

A nova entidade ganhou o nosso apoio técnico e a organizamos juridicamente, com Estatuto social, diretoria oficial e outras legalizações necessárias. Esse trabalho foi muito importante para a articulação e reaproximação de Santarém aos municípios do Oeste do Pará que fazem parte do Estado do Tapajós. (Diretoria do Movimento no biênio 2005/2007).


O Movimento contribui de forma decisiva, profissional e organizada com a luta pela criação do Estado do Tapajós: campanha de outdoor para a conscientização do eleitor do Oeste do Pará, no sentido de eleger deputados estaduais e federais da região.

O resultado da campanha culminou com a eleição de dez deputados estaduais e um federal, no ano de 2006. Além disso, realizou ações sociais importantes como atos públicos, reuniões nos municípios do Oeste do Pará e abaixo-assinados. Tanto que no dia 18 de setembro de 2007, às 11h24, foi protocolado com o nº 049630, o ofício nº 059/2007, 500 mil assinaturas solicitando o plebiscito do Estado do Tapajós, na presença de uma das maiores caravanas da região.

No dia 12 de setembro de 2007, a Associação Comercial e Empresarial de Santarém (ACES), sob a presidência de Olavo das Neves, liderou um manifesto com assinaturas de todas as associações comerciais do Oeste do Pará, solicitando aos deputados federais a realização do plebiscito.

No dia 05 de setembro de 2007, a Assembléia Legislativa do Estado do Pará aprova com a votação favorável de 36 dos 41 deputados estaduais, o Projeto de Lei, nº 19/2007, de autoria do deputado Alexandre Von (PSDB), que institui a Frente Parlamentar em Defesa do Plebiscito e Criação dos Estados de Tapajós e Carajás. Isso ocorreu após a realização de uma sessão especial na Assembléia Legislativa do Estado do Pará, provocada pela Diretoria do Movimento.

No dia 5 de maior de 2011, o Plenário da Câmara dos Deputados aprovou o projeto 0731/2000, que autoriza a realização do plebiscito do Estado do Tapajós. No dia 11, o projeto seguiu ao Senado Federal e no dia 31 de maio de 2011 o projeto 19/1999, de autoria do Senador Mozarildo Cavalcante (PR-RR) foi aprovado por unanimidade.

Considerando a ano de 1823, data em que pela primeira vez o governo imperial sugeriu a criação de uma província na região, a população esperou 188 anos para conquistar o direito de se manifestar através de plebiscito sobre a Criação do Estado do Tapajós.

Essa luta, portanto, é semelhante a uma epopéia. Uma luta heróica e longa. Muito longa, haja vista que estamos falando apenas do plebiscito. Agora a emancipação do Oeste do Pará depende de todos. Cada cidadão pode ajudar com o seu voto favorável. Além disso, deve pedir a amigos e parentes que residem em Belém ou em outro município que votem TAPAJÓS SIM.

O autor é jornalista e professor universitário.
E-mail: ednaldorodrigues@hotmail.com

A EPOPÉIA SOBRE O PLEBISCITO DO TAPAJÓS (I)

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Por Ednaldo Rodrigues (em 31/05/2011)

Finalmente o Congresso Nacional aprova a realização do plebiscito do Estado do Tapajós, após uma luta que já somam 188 anos se tivermos como referência a assembléia Constituinte de 1823. O projeto foi aprovado por unanimidade no Senado Federal, em Brasília, nesta terça-feira (31/05), às 18h. Agora o Senado Federal tem até 15 dias para publicar o resultado da votação no Diário Oficial da União.

Tendo como base, o Pará Divido, livro de autoria do jornalista Manuel Dutra, no Brasil já houve diversos estudos de redivisão territorial, que datam do período de 1823, quando foi realizada a primeira Assembléia Constituinte.

Após a criação da Província do Amazonas, segundo Ferreira Penna, foi sugerida a criação da Província do Tapajós, para evitar conflitos entre o Grão-Pará e o Amazonas, nas áreas de Parintins, Óbidos e Santarém, em 1853. A redivisão territorial voltou a ser discutida novamente, para resolver as diferenças de limites entre as duas províncias, no ano de 1869. Na proposta de criação de novas províncias, no período do governo imperial, o tenente Augusto Fausto de Souza apresentou uma nova proposta, em 1877.

Após a instalação da República, foram feitas várias propostas de reordenamento territorial do Brasil e todas, sempre evidenciado a Amazônia e citando o Tapajós, seja como província ou como um futuro Estado.

Em seguida o reordenamento territorial da Amazônia, incluindo o Estado do Pará, apontada como alternativa de desenvolvimento social a criação do Estado do Tapajós, embora com outras denominações por diversas autoridades, como: Segadas Viana, em 1933 - Juarez Távora, em 1940 - Elias Ribeiro Pinto, sendo a primeira proposta partindo da região, no ano de 1950.

Depois Antonio Teixeira Guerra, em 1960; os deputados estaduais Alfredo Gantuss e Bularmaqui de Miranda; deputado federal Epílogo de Campos, em 1960; Samuel Benchimol, em 1966 e em 1980, o prefeito de Santarém Ronan Liberal, em reunião com prefeitos do Oeste do Pará, lançou a luta pela criação do Estado do Baixo Amazonas.

Em 1984, ocorreu uma importante reunião no Hotel Tropical, em Santarém (Hoje Barrudada Hotel Tropical) que consolidou um novo momento de luta pelo plebiscito do Estado do Tapajós.

Benedito Monteiro, Gabriel Guerreiro e Paulo Roberto todos deputados federais, fizeram um excelente trabalho e por pouco não criaram o Estado do Tapajós, na Assembléia Constituinte de 1988, que embora não tenha consolidado a criação do Estado, introduziu o artigo 12, no Ato das Disposições Transitórias e o relatório 01/90, cujo relator foi o Deputado Gabriel Guerreiro, da cidade de Oriximiná, como resultado da Comissão de Estudos Territoriais, em 1990.

O deputado Hilário Coimbra, em 1991 deu entrada no Projeto de Decreto Constitucional (PDC 120/91), aprovado na CCJ da Câmara dos Deputados.

Oficializado o Comitê Pró-criação do Estado do Tapajós, funcionando desde 1985; Fundada a Frente Popular pelo Estado do Tapajós, tendo coletado mais de 17 mil assinaturas, em pouco mais de 15 dias úteis, tendo dado entrada no Congresso Revisor, de uma emenda popular, protocolada sob o número 12.977-7, assinada pelo Sindicato dos Estivadores e outras entidades.

As 17 mil assinaturas, o relatório 01/90 e mais recentemente, as 500 mil assinaturas, resultado do abaixo-assinado de Movimento pelo Plebiscito do Estado do Tapajós respaldam o projeto do Senador Mozarildo Cavalcanti, em 1993; em 1995, Relatório da Comissão de Estudos Territoriais da Assembléia Legislativa do estado do Pará, dando viabilidade à criação do Estado do Tapajós, tendo sido relator o então deputado estadual Nivaldo Pereira.

O Senador Mozarildo Cavalcanti, entrou no Senado Federal com o Projeto de Decreto Legislativo de Consulta Plebiscitária sobre a criação do Estado do Tapajós, em 1999. Mozarildo aprovou o Projeto de Lei sob o número 19/99 na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJD) do Senado Federal (SF) em 10 de agosto de 2000.

Mozarildo aprovou, no plenário do Senado Federal, em 23 de novembro de 2000; Aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e Redação (CCJR) da Câmara dos Deputados (CD), anexado projeto do ex-deputado federal Hilário Coimbra, onde recebeu o número 731/2000.

A partir de 2004, a luta pela emancipação tomou um novo alento, coordenado pelo Movimento Pelo Plebiscito e Criação do Estado do Tapajós, juridicamente constituído e com apoio maciço, de diversos segmentos sociais de Santarém e, pela população do Oeste do Pará, consolidado com a realização de um Ato Público que reuniu mais de 30 mil pessoas, em Santarém, em 18 de agosto de 2006, às 17h, na Praça da Matriz.

Os fatos históricos provam que a idéia da criação desta nova Unidade Federativa partiu do governo central há mais de 180 anos. Apenas em 1950, Elias Pinto, um político futurista, sugeriu a criação do Estado do Baixo Amazonas e somente em 1980, o ex-prefeito Ronan Liberal, lançou a luta pela criação do novo Estado.

Essa luta é como uma epopéia, idealizada, liderada e sonhada por tantos que não tiveram a mesma satisfação em relação a geração atual. Infelizmente essas pessoas que sonharam com o Estado do Tapajós não tiveram a oportunidade de participar do plebiscito, que hoje é uma realidade, resultado de uma luta heróica e longa. Muito longa, pois estamos falando apenas do plebiscito.

Agora a criação do Estado do Tapajós não depende mais do Movimento. Não depende apenas do trabalho voluntário do Edivaldo Bernardo, Ednaldo Rodrigues, Luna Brito, Ildo Braga e Eliane Campos. Essas foram as pessoas que nos últimos anos responderam expediente na sala do Movimento, como se fossem funcionários.

O plebiscito agora depende de todos, pois cada cidadão do Oeste do Pará pode ajudar com o seu voto favorável e também pedindo a amigos e parentes que residem em Belém ou em outro município que votem TAPAJÓS SIM.

(A segunda parte da epopéia no próximo artigo).

O autor é jornalista e professor universitário.
E-mail: ednaldorodrigues@hotmail.com

sábado, 21 de maio de 2011

TAPAJÓS E CARAJÁS: UM DEBATE SOBRE A GEOPOLÍTICA ARCAICA DO PARÁ E DO BRASIL

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Durante a semana (16-20/05) estive em Belém. Na oportunidade conversei com um pequeno grupo de professores e de candidatos ao mestrado, no Campus da UFPA. Uma professora me apresentou como santareno do Tapajós. Houve uma reação imediata de três ou quatro pessoas. Aproveitei a oportunidade para fazer alguns esclarecimentos.


Informei que a nossa luta não é contra os paraenses, residentes na região metropolitana, nem contra esse ou aquele governante do Estado Pará. A nossa luta é voltada à melhoria das condições de vida de uma população que historicamente foi relegada ao abandono pela falta de funcionamento do aparelho do estado Brasileiro; pela criação de oportunidades e pelo exercício de nossa cidadania garantido na Constituição Federal.

Lembrei a eles que a exemplo de outras pessoas do interior do estado eu também estava concorrendo a uma vaga ao mestrado e o processo é realizado 100% em Belém. As fazes exigem a presença do candidato e, todas as vezes, precisamos pagar passagem de avião, se quisermos acessar esse direito.


Lembrei que as oportunidades para as pessoas que vivem na capital não são as mesmas para os quem vivem no interior do Estado e isso é excludente e cruel. Que a maioria dos cursos implantados em Belém, nas universidades públicas, há anos, jamais chegou ao interior do Estado, pelo menos nas cidades pólos.

Nesse espaço, peço, humildemente, as pessoas que detém um conhecimento maior que nos ajudem a chamar atenção do Brasil a colocar em pauta assuntos relevantes, capazes de contribuir de forma efetiva com o desenvolvimento social, cultural, político e econômico do País, em vez de nos acusar e diminuir a nossa histórica luta por cidadania. Afinal, todos somos vítimas do mesmo sistema opressor e desumano.

Nós que defendemos a realização do plebiscito de Tapajós e Carajás estamos oferecendo oportunidade única ao Brasil e ao Pará de discutirmos e revermos a nossa geopolítica. Esse modelo que está posto aí é arcaico, excludente, autoritário e centralizador, implantado de forma autoritária pelo Brasil Império e que se mantém até hoje.

Também compreendemos as reações tanto dos que são favoráveis, quanto dos que são contra a possibilidade de se desmembrar o Pará e criamos dois novos estados. Só não compreendemos o posicionamento da algumas pessoas esclarecidas, inclusive políticos eleitos por plebiscito e que fazem campanha ferrenha de baixo padrão contra a realização do plebiscito.

Isso demonstra de forma clara por que a geopolítica do Brasil jamais foi colocada em pauta. Isso demonstra o nosso despreparo e de nossos representantes políticos, pois o que estamos pleiteando está garantido na Constituição Federal, Artigo 18, parágrafo 3º, com a seguinte redação:

“§ 3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.”

Nem o governador do Estado do Pará, mesmo após fazer o juramento, não tem o direito de ser contra o plebiscito. A constituição do Pará não está acima da Constituição do Brasil, que garante a realização de plebiscito, de acordo com o texto acima.

Outro assunto que está garantido no artigo acima é que o plebiscito será realizado, somente, na área diretamente interessada. No caso de Tapajós e Carajás as áreas diretamente interessadas são as regiões oeste e sul do Estado e não Pará inteiro, que historicamente, jamais demonstrou interesse em qualquer emancipação. Pode até acontecer ao contrário, mas esses políticos e empresários vão ter rasgar a constituição do país.

Disse aos belenenses que o Movimento pelo Plebiscito está disposto a discutir o tema em qualquer lugar com razão e equilíbrio, fundamentado nas questões históricas. Precisamos nos unir para debatermos a geopolítica do Pará de forma madura e não forma emocional.

Os belenenses precisam perceber que a emancipação do Tapajós vai contribuir ainda mais com a qualidade de vida dessa gente. Precisam ser mais paraenses do que já foram até hoje e deixar de acreditar em políticos que defendem a bandeira do contra por que é a única maneira de se reelegerem e se perpetuarem no poder.

Os mesmos que defendem o Pará grande, não fazem funcionar o aparelho do estado para evitar a morte de tantas crianças, mulheres e idosos no Oeste e no Sul do Pará. Os belenenses precisam perceber que esses políticos os convencem pela emoção, mas não dizem que a redução territorial do Pará remanescente vai melhor as condições de vida do povo de Belém, que detém um maior índice do IDH do estado.

Os paraenses da capital precisam ser mais espertos e começar a pesquisar e entender por que uma pequena elite de políticos e empresários é contra a emancipação. Precisam entender que o Pará não se resume a capital do Estado. Que existe uma imensidão de território onde as pessoas também gostariam de ter acesso a educação, saúde, saneamento básico, infraestrutura, segurança pública, lazer, entretenimento e outros serviços básicos, garantidos na Constituição de nosso país.

Paraenses de Belém e de outros municípios do Pará remanescente precisamos abrir nossos olhos. Se assim o fizermos vamos perceber que o nosso inimigo é comum: o modelo arcaico de nossa geopolítica. E esse modelo só vai mudar com a criação de grandes projetos de desenvolvimento que, certamente, passam pela criação de novos estados, em benefício do Pará, da Amazônia e do Brasil.

domingo, 8 de maio de 2011

CELSO ANTUNES MINISTRA PALESTRA EM SANTARÉM

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A Academia de Letras e Artes de Santarém (ALAS) confirmou a presença doescritor Celso Antunes (foto abaixo), em Santarém, nesta quinta-feira (12/05), às 19h30, no auditório Curuá-Una, do Barrudada Hotel (antigo Hotel Tropical), para ministrar uma palestra com o tema: “Novas maneiras de ensinar, novas formas de aprender”. ..
.Segundo o secretário geral da ALAS, Ednaldo Rodrigues, que está coordenando a programação, a palestra do escritor Celso Antunes faz parte do planejamento da entidade, que programou para 2011, a vinda de pelo menos dois escritores de projeção internacional visando promover intercambio cultural entre os convidados e a Academia.

A palestra é voltada ao público em geral, mas os alvos da entidade são professores e estudantes universitários, principalmente, dos cursos de Pedagogia e Letras. A inscrição de acesso a palestra, para profissional é R$ 30,00 e estudante mediante apresentação de carteira: R$ 20,00 e podem ser feitas na 5ª URE, SEMED (Rui Barbosa), UEPA, UFOPA, IESPES e ULBRA até o dia 11 de maio. No dia 12, a coordenação vai instalar um posto de venda no local da palestra das 9h às 19h. Quem fizer inscrição terá direito a certificado com cinco horas de carga horária. Os ingressos são limitados.

Para maiores esclarecimentos ou entrevistas, os interessados podem fazer contato pelos telefones: (93) 9183-0164 - (93) 9156-4247 - 9174-2598. A seguir a programação completa do dia 12 e o release do escritor Celso Antunes.

PROGRAMAÇÃO

19h30 – Abertura:

Fala do representante da ALAS.

19h35 – Apresentação musical.

Convidados: Odilson Matos e Ivone Silva (Membros da Academia de Letras e Artes de Santarém).

19h50 – Palestra de abertura.

Convidado: Dr. Edivaldo da Silva Bernardo (Membro da Academia de Letras e Artes de Santarém).

Tema: “Academia e Educação”

20h20 – Música instrumental

Convidado: violonista Sebastião Tapajós (Membro da Academia de Letras e Artes de Santarém).

20h30 – Palestra principal

Convidado: Celso Antunes

Tema: "Novas maneiras de ensinar, novas formas de aprender".
22h30 – Encerramento.

RELEASE CELSO ANTUNES

FORMAÇÃO:

Bacharelato e Licenciatura: Geografia, Universidade de São Paulo, 1962.
Esp. em Inteligência e Cognição, Universidade de São Paulo, 1968.
Mestre em Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 1969.

ATUAÇÃO:

Membro da Associação Internacional pelos Direitos da Criança Brincar (UNESCO)
Embaixador de La Educacion – Organización de Estados Americanos
Exército Brasileiro – Colaborador Emérito
Sócio fundador de Todos pela Educação - sociedade civil que reúne lideranças sociais, representantes da iniciativa privada e educadores.

PRODUÇÃO INTELECTUAL:

Autor de mais de 180 livros didáticos – ed. do brasil, ed. scipione. ed ao livro técnico e outras.
Autor de cerca de 60 livros sobre temas de educação – ed. vozes. ed. papirus. ed. artmed. ed. ciranda cultural e outras.

OBRAS TRADUZIDAS:

Argentina, México, Peru, Colômbia, Espanha, Portugal e outros países.

PALESTRAS E CURSOS:

Ministrou palestras e cursos em todos os estados do país, mais de 500 municípios.
Ministrou Palestras e cursos na Argentina, Uruguai, Peru, México e outros países.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

SOLIDARIEDADE E HIPOCRISIA

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Por Ednaldo Rodrigues (28/02/2011)

A polêmica mais recente, em Manaus, envolvendo o prefeito Amazonino Mendes e a paraense Laudenice Paiva, transformou-se num dos episódios mais comentados na semana passada, em vários noticiários de veiculação nacional (Foto baixada da internet).
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Depois que o prefeito, de forma preconceituosa, disse nas entrelinhas, que não tinha nada haver com os problemas sociais dos paraenses radicados em Manaus, uma atitude que todos nós do Oeste do Pará, futuro Estado do Tapajós refutamos, veementemente, por se tratar de xenofobia e abuso de poder. Consideramos a postura do prefeito autoritária e descabida.

No Pará, imediatamente, políticos como os vereadores de Belém e a Senadora Marinor Brito, trataram de aprovar documentos de desagravo e todos condenaram a atitude do prefeito manauara. Marinor, marinheira de primeira viagem, tratou de fazer discurso no Senado Federal, em defesa de Laudenice Paiva, a mulher paraense humilhada pelo cacique amazonense.
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O episódio entre o prefeito Amazonino e a paraense, os políticos de Belém e a senadora Marinor precisam saber de duas coisas: primeiro – não é a primeira vez que os filhos do Oeste do Pará são humilhados, espezinhados e diminuídos em Manaus; segundo – meio milhão pessoas migrou para Manaus por que o Pará, na pessoa de suas autoridades, que ficam encasteladas em Belém, jamais criaram oportunidade para melhorar a qualidade de vida das pessoas da região Oeste.

Vereadores de Belém e senadora Marinor, já houve casos em que pessoas da região perderam a vida por causa da xenofobia, entre amazonenses e paraenses, que, aliás, é histórica. Foi por isso, que na época do império quando foram criadas as províncias de Cametá e Manaus, também foi mencionada a criação da Província do Tapajós, com abrangência aos municípios de Santarém, Óbidos, Alenquer e Monte Alegre.

Segundo informações da Associação dos Filhos e Amigos de Santarém (AFAS), radicados em Manaus, hoje, residem 500 mil paraenses na capital do Amazonas. Desse total 70% são filhos do Oeste do Pará, que migraram em busca de emprego e de oportunidade que não encontraram na região de origem.

As pessoas que moram no Oeste do Pará têm uma relação muito forte com o Amazonas, bem mais intensa que, com a Capital Belém dos paraenses. Tanto que um dos meios de transportes mais usados, no trecho Manaus/Santarém/Belém é o barco. Entre Santarém e Manaus são registrados 16 barcos por mês; entre Santarém e Belém, apenas 8. Isso quer dizer que o Amazonas recebe por mês o dobro de pessoas dessa região do Pará, em relação a Belém.

A Senadora Marinor é do Oeste do Pará, mas ainda não declarou apoio ao Plebiscito do Estado do Tapajós. As lideranças desse Movimento não têm clareza se a senadora vai ficar ao lado da causa ou se fará o mesmo que ex-vice governador Odair Correia, que, quando teve oportunidade de defender o plebiscito, baixou a bandeira sem ninguém pedir. Talvez empolgado pelo glamour do poder, que de repente caiu no colo dele, mesmo que o mínimo prestígio tenha sido granjeado com o suposto ideal de emancipação.

Mesmo diante de todos esses problemas de ordem social e o coronelismo do atual prefeito de Manaus, não podemos esquecer que os amazonenses ajudam muito mais as pessoas que moram no Oeste do Pará, que as autoridades paraenses, principalmente, da capital.

Aprovar moções de solidariedade, documentos de desagravos, que é papel do falso poder dos parlamentares é muito fácil (Falso porque parlamentares aprovam tudo: executivo não executa nada). Difícil é resolver o ônus social que determina a sentença de quem vive e de quem morre pela ausência do efetivo funcionamento do aparelho do Pará, que só procura o cidadão em períodos de eleições e depois tudo fica como era antes, ou seja, verdadeiro estado de abandono.

Se as lideranças políticas do Pará, realmente, se importassem com os “paraenses” do Tapajós se envolveriam na realização do Plebiscito. Esse sim, seria um instrumento legal, capaz de forçar uma redistribuição de renda, gerar emprego e oportunidade ao cidadão da região Oeste.

Entre os dias 15 e 17 de março 2011, as lideranças do Movimento pelo Estado do Tapajós estarão em Brasília. Mais uma vez serão recebidas em audiência pelo presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT/RS). Um momento oportuno para as lideranças políticas do Pará, vereadores de Belém, senadora Marinor demonstrarem na prática que se importam com povo do Tapajós. Basta participarem da audiência e solicitarem a aprovação do projeto Nº 0731/2000 que autoriza o plebiscito.

Caso contrário todas as manifestações de solidariedade aprovadas na semana passada serão transformadas em uma enxurrada de hipocrisia. Oportunismo puro, quando pseudo- lideranças fazem média e palanque para lograr dividendo político, à custa do sofrimento de uma pessoa abandonada pelo seu estado de origem e humilhada por um prefeito cruel e insensível com os problemas sociais.

É jornalista e professor universitário.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

NOVA ESCOLA SERÁ INAUGURADA QUINTA-FEIRA

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A Secretaria Municipal de Educação (SEMED), fará na próxima quinta-feira, 17/02, a inauguração da mais nova escola da rede municipal de ensino construída pela Prefeitura de Santarém na Rua Chico Mendes, no bairro da Nova República.
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A escola municipal receberá o nome do maestro santareno, Wilde Dias da Fonseca. O educandário possui 10 salas de aula, secretaria, biblioteca, diretoria com banheiro, sala de apoio pedagógico, sala de professores, cozinha, refeitório, banheiros feminino e masculino, e atenderá alunos do 1º ao 9º ano.

A solenidade inaugural será presidida pela Prefeita Maria do Carmo, às 17h30.

Início das aulas - Hoje, 14/02, os alunos da rede municipal de ensino retornaram às salas de aula. Estudantes de 53 escolas da área urbana, e 29 do planalto foram recebidos com atividades diferenciadas. A partir de amanhã, 15/02, as aulas serão normais, conforme o calendário letivo, elaborado pela Secretaria Municipal de Educação (SEMED).

Fonte: Assessoria de Comunicação da PMS

SANTARÉM PERDE UM DE SUAS PRINCIPAIS REFERÊNCIAS CULTURAIS
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Por Ednaldo Rodrigues
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O maestro Wilde Fonseca, 90, faleceu quinta-feira (28/10/2010), às 11h15min, em Santarém, no Hospital Sagrada Família, vítima de câncer. O Maestro foi internado dia 27, às 11h30min, quando o quadro da doença se agravou. Wilde Fonseca, carinhosamente, chamado de Professor “Dororó” completaria 91 anos de idade, no dia 13 de dezembro de 2010.
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O Maestro (Foto acima) nasceu em 13 de dezembro de 1919, em Santarém, Estado do Pará, Brasil. Filho de José Agostinho da Fonseca e Ana Dias da Fonseca. Em Santarém onde sempre viveu, fez todos os seus estudos: o primário no Grupo Escolar, atualmente, Frei Ambrósio, o ginásio através do Projeto Minerva e o segundo Grau, no Colégio Estadual Álvaro Adolfo da Silveira. Na Universidade Federal do Pará, Núcleo de Santarém, cursou licenciatura em Letras, em 1982.

Trabalhou como comerciário e ano Serviço Especial de Saúde Pública, antigo SESP, trabalhou durante vinte e três anos no Banco do Brasil. Aposentado pelo Banco do Brasil, não interrompeu suas atividades educacionais, passando a exercer o magistério como professor, nos colégios Santa Clara, Álvaro Adolfo da Silveira, Rodrigues dos Santos, Seminário São Pio X e Dom Amando.

Com a morte de Wilde Fonseca, morre também uma das maiores referências da cultura santarena. Como escritor deixou ao povo de Santarém e do Pará um grande legado através de sua produção literária e musical: é autor do livro “Santarém Momentos Históricos”, em sua 5ª Edição; “Rudimentos de Teoria Musical e Solfejo”, 3ª edição, “História do Colégio Dom Amando e da Congregação dos Irmãos de Santa Cruz no Brasil”, “Folclore em Santarém”; “Santarém Logradouros Públicos”.

Como músico amador também foi regente e co-fundador do Coral de Santarém e da Filarmônica Municipal Professor José Agostinho. O Maestro também participou de Painéis FUNART de regência coral em Vitória (Colégio Sacré Couer), Cuiabá (Universidade Federal de Mato Grosso) e São Paulo (Universidade de São Paulo – USP).

A Filarmônica Professor José Agostinho foi funda em 1963 e por mais de duas décadas foi regente e dirigente da entidade. Wilde Fonseca deixa como sucessor regente da Filarmônica, o seu filho João Paulo Fonseca, que seguiu o mesmo caminho do pai, regente e professor de Música, formado pela Universidade do Estado do Pará (UEPA).

Santarém, certamente, perdeu uma de suas maiores referências culturais. Diante dessa enorme perda os membros da Academia de Letras e Artes de Santarém, os residentes em Santarém, estiveram na Igreja do Santíssimo Sacramento para prestar sua última homenagem ao colega Wilde Fonseca.

Wilde Fonseca, um dos maiores historiadores de Santarém, entre todos os seus feitos em benefício da sociedade santarena a educação e a cultura foram as áreas que recebeu maior contribuição por parte do maestro.

Até os últimos dias de sua vida participou ativamente das reuniões da Academia de Letras e Artes de Santarém (ALAS), como titular da cadeira nº 22, cujo patrono era o pai dele, maestro José Agostinho da Fonseca.

PREFEITURA E UFOPA FIRMAM PARCEIRA PARA PESQUISA CIENTÍFICA

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Um convênio foi assinado na semana passada (10/02) entre a Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA e a Prefeitura Municipal de Santarém visando o desenvolvimento de programas, projetos e atividades no campo do ensino, pesquisa e extensão, voltados ao desenvolvimento sustentável da Amazônia.
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Pelo que estabelece o convênio, a UFOPA deverá assistir e apoiar a Prefeitura de Santarém em projetos Técnico-Acadêmico-Científicos de cooperação mútua no âmbito regional e amazônico de interesse do governo municipal, e este, apoiar a formulação e execução de projetos em que a UFOPA participa.
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A celebração do acordo assinado pela Prefeita Maria do Carmo e pelo Reitor Pro Tempore da UFOPA, José Seixas Lourenço, foi presenciada pelos secretários municipais da Prefeitura de Santarém, Marcelo Correa (Meio Ambiente) e Arildo Rego Carvalho (Turismo); pelo Procurador Jurídico do Município, Isaac Lisboa; pela Consultora Técnica do governo, Eunice Sena; e pelo professor da UFOPA, Jackson Rego.

Após a assinatura do documento no Palácio Jarbas Passarinho, a gestora municipal declarou que a parceria representa um avanço na área da pesquisa técnico-científica em Santarém.

Fonte: Assessoria de Comunicação da PMS

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Há 150 anos nascia o brasileiro que inventou o rádio

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Nesta sexta-feira, 21 de janeiro, o Brasil celebra o sesquicentenário de nascimento do padre-cientista Roberto Landell de Moura, inventor brasileiro do rádio e Pai das Telecomunicações. Uma série de atividades foi programada para este dia, entre elas o lançamento de selo e carimbo alusivos ao tema pelos Correios nas cidades de Porto Alegre, Campinas e Brasília (Foto abaixo: Padre Landell de Moura.
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Ironia do destino, embora seja um dos maiores gênios dos séculos XIX e XX, por suas invenções e atuação científica, Landell de Moura, gaúcho de Porto Alegre nascido no dia 21 de janeiro de 1861, é ignorado em seu próprio País, onde as crianças continuam aprendendo que o inventor do rádio foi o italiano Guglielmo Marconi.

Com o conhecimento teórico e a inquietude dos que estão à frente de seu tempo, Roberto Landell de Moura transmitiu a voz humana à distância, sem fio, pela primeira vez no mundo. Foi também pioneiro ao projetar aparelhos para a transmissão de imagens (a TV) e textos (o teletipo). Previu que as ondas curtas poderiam aumentar a distância das comunicações e também utilizou-se da luz para enviar mensagens, princípio das fibras ópticas. Tudo está documentado por patentes, manuscritos, noticiário da imprensa no Brasil e no exterior e testemunhos.

As pioneiras transmissões de rádio aconteceram no final do século XIX, ligando o alto de Santana – o Colégio Santana – à emblemática Avenida Paulista, que hoje abriga diversas antenas de emissoras de rádio e de TV.
Ao transmitir a voz, Landell se diferenciou de Marconi. O cientista italiano inventou o telégrafo sem fios, ou seja, a transmissão de sinais em código Morse (conjunto de pontos e traços) e não o rádio tal como o conhecemos
(Abaixo: Uma das primeiras invenções de Lendell de Moura).
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As experiências do padre Landell não sensibilizaram autoridades e nem patrocinadores. Pior: um grupo de fiéis achou que o padre "falava com o demônio" e destruiu seus aparelhos.

Mesmo tendo patenteado o rádio no Brasil (1901), Landell não obteve reconhecimento. Decidiu, então, viajar para os Estados Unidos, onde conseguiu, em 1904, três cartas patentes. De volta ao Brasil, quis fazer uma demonstração das suas invenções no Rio de Janeiro, mas, por um erro de avaliação, o Governo não lhe deu a oportunidade. Depois, ele seria "forçado" a abandonar as experimentações científicas. Morreu no ostracismo e o Brasil importou tecnologia para entrar na era das radiocomunicações!

Landell de Moura está, agora, já em pleno século XXI, prestes a ver seu nome inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, depositado no Panteão Tancredo Neves, graças ao Projeto de Lei do senador Sérgio Zambiasi, que está atualmente em análise na Câmara dos Deputados. Estará, desse modo, ao lado de outros heróis como Tiradentes, Zumbi dos Palmares, Santos Dumont e Oswaldo Cruz.
Também receberá, em fevereiro, o título post-mortem de Cidadão Paulistano (que Marconi recebeu em vida), por iniciativa do vereador Eliseu Gabriel.

Há anos, ele é o patrono dos rádio amadores brasileiros e seu nome está em ruas e praças de várias cidades, em instituições públicas e em livros publicados no Brasil e no Exterior.

O Brasil tem agora a oportunidade de reconhecer a obra científica de Landell e incluir os seus feitos no currículo escolar obrigatório do ensino básico. É por isso que luta o MLM – Movimento Landell de Moura, integrado por voluntários de diferentes áreas, que construiu um site - www.mlm.landelldemoura.qsl.br – para angariar assinaturas em prol desse reconhecimento. Vale registrar que o MLM não tem fins político-partidário, religiosos, financeiros ou de promoção pessoal.

Responsáveis pelas informações e fontes para eventuais consultas:

Hamilton Almeida (hamilton_xxi@yahoo.com / 11- 7236-5560)
Zeza Loureiro (zezal@terra.com.br / 11-8555-5597)
Eduardo Ribeiro (eduribeiro@jornalistasecia.com.br / 11-9689-2230

sábado, 15 de janeiro de 2011

Brasil: a falta de governança provoca homicídio coletivo

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Por Ednaldo Rodrigues (15/01/2011)
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O saldo catastrófico e devastador que inundou, literalmente, o Rio de Janeiro já somam mais de 600 mortos. Agora imaginem as cidades que não contam com o mesmo olhar do governo central, por não terem o mesmo apelo turístico e um colégio eleitoral atraente, como as que se formaram na Amazônia, totalmente desprovidas do funcionamento do aparelhamento do Estado, como reagiriam diante de desastres como esse?

No mundo contemporâneo muito se fala sobre um novo modelo de gerir o Estado, voltado à estruturação das praticas da gestão com ações políticas, sociais, organizacionais e gerenciais que tornem o aparelho do Estado mais eficaz e eficiente (Foto internet: Rio de Janeiro).
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A governança seria capaz de enfrentar os desafios que se impõem em um momento onde a interação de fatores relevantes, no que diz respeito a democracia, capitalismo e globalização se impõem e superam os interesses coletivos, provocando sofrimento e dor.
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A governança constitui um conceito antigo que traz em sua raiz a capacidade de conduzir os processos de formulação, execução e avaliação de políticas públicas integrando instrumentos e mecanismos de gestão capazes de harmonizar as relações econômicas e sociais, privilegiando o fortalecimento das ações governamentais, por meio da eficácia e efetividade dos resultados esperados e da transparência dos processos de gestão.

Pressupõe os ajustes necessários para a sustentabilidade das ações públicas, o aperfeiçoamento dos métodos e procedimentos adotados, assim como a garantia de eficiência dos resultados esperados pela coletividade, antecipando suas ações e, com isso, evitar que se construam, em vez de conglomerados de favelas, centenas de sepulturas.

Nesse sentido, o exercício do planejamento sistematizado passa também a exigir a aplicação de conceitos modernos que facilitem o acompanhamento, a fiscalização e o controle dos espaços urbanos, tanto pela sociedade quanto pelo próprio Estado, fortalecendo as relações institucionais e sociais.

Isso significa dizer que o Estado como um ente a serviço da população precisa se antecipar diante as tragédias naturais, como essa que está ocorrendo no Rio de Janeiro. É dever do Estado, portanto, chegar à frente das demandas sociais, dotar os espaços urbanos e rurais, com infraestrutura mínima, e preservar a vida das pessoas (Foto inernet: Rio de Janeiro).
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Infelizmente, o que ocorre de norte a sul desse país, anacronicamente, é a apropriação do aparelho do Estado para uso em projetos pessoais de grupos políticos. No decorrer de nossa história as demandas sociais, muitas delas causadores de mazelas, foram, literalmente, jogadas para debaixo do tapete. Isso é muito evidente nas construções irregulares, sobre os lixões de nossas metrópoles, onde os mais necessitados constroem as suas humildes moradias e, que em casos mais recentes, transforma-se em cemitérios coletivos.

Historicamente, os problemas do Rio de Janeiro e dos grandes centros urbanos do Brasil foram colocados para debaixo do tapete. Tomar uma decisão e retirar em definitivo as pessoas que fixaram suas casas sobre os lixões não é uma medida simpática, politicamente. Isso poderia comprometer uma reeleição ou a possível eleição de um sucessor. E agora, como fica a consciência dos políticos hipócritas, desonestos e irresposáveis que agiram dessa forma? Se é que eles têm consciência.

O homicídio em massa, no entanto, não ocorre apenas com as inundações no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Recife. Diariamente, o sistema de saúde e outros serviços públicos desse país vitimam centenas de brasileiros. Brasileiros morrem de amistanásia (morte de rato). Morte anunciada porque não se consegue uma consulta médica ou um remédio básico para preservar a vida de nossas crianças e de nossos idosos, as principais vitimas dessa tragédia silenciosa e cruel (Foto internet: São Paulo).
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Em se tratando das ocupações desordenadas. Se o governo percebe que as pessoas, por falta de moradia, vão ocupar uma área, ele precisa se antecipar e estruturar o espaço com ruas, energia elétrica, saneamento básico, sistema de saúde, segurança, linhas de ônibus, escolas e outros serviços público básicos, garantidos na Constituição Federal, como direitos dos cidadãos. Esses serviços pagos, antecipadamente, com os impostos que todos são obrigados a recolher e, no caso do Brasil, segundo os especialistas em economia, os mais exorbitantes, onde são registradas as maiores taxas e contribuições do mundo, mesmo assim, esse dinheiro não retorna em forma de benefícios sociais para que os cidadãos vivam com dignidade.

A governança, portanto, refere-se ao modo com que os governos articulam e coordenam suas ações, em cooperação com os diversos fatores sociais e políticos e sua forma de organização institucional. Uma boa governança é requisito essencial para o desenvolvimento sustentável, o crescimento econômico, a equidade social e direitos humanos. Receita simples para evitar homicídios coletivos a exemplo do que está acontecendo no Rio de Janeiro e Brasil inteiro, onde diariamente, matam-se mais pessoas do que nas guerras civis pelo mundo a fora.