sábado, 21 de maio de 2011

TAPAJÓS E CARAJÁS: UM DEBATE SOBRE A GEOPOLÍTICA ARCAICA DO PARÁ E DO BRASIL

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Durante a semana (16-20/05) estive em Belém. Na oportunidade conversei com um pequeno grupo de professores e de candidatos ao mestrado, no Campus da UFPA. Uma professora me apresentou como santareno do Tapajós. Houve uma reação imediata de três ou quatro pessoas. Aproveitei a oportunidade para fazer alguns esclarecimentos.


Informei que a nossa luta não é contra os paraenses, residentes na região metropolitana, nem contra esse ou aquele governante do Estado Pará. A nossa luta é voltada à melhoria das condições de vida de uma população que historicamente foi relegada ao abandono pela falta de funcionamento do aparelho do estado Brasileiro; pela criação de oportunidades e pelo exercício de nossa cidadania garantido na Constituição Federal.

Lembrei a eles que a exemplo de outras pessoas do interior do estado eu também estava concorrendo a uma vaga ao mestrado e o processo é realizado 100% em Belém. As fazes exigem a presença do candidato e, todas as vezes, precisamos pagar passagem de avião, se quisermos acessar esse direito.


Lembrei que as oportunidades para as pessoas que vivem na capital não são as mesmas para os quem vivem no interior do Estado e isso é excludente e cruel. Que a maioria dos cursos implantados em Belém, nas universidades públicas, há anos, jamais chegou ao interior do Estado, pelo menos nas cidades pólos.

Nesse espaço, peço, humildemente, as pessoas que detém um conhecimento maior que nos ajudem a chamar atenção do Brasil a colocar em pauta assuntos relevantes, capazes de contribuir de forma efetiva com o desenvolvimento social, cultural, político e econômico do País, em vez de nos acusar e diminuir a nossa histórica luta por cidadania. Afinal, todos somos vítimas do mesmo sistema opressor e desumano.

Nós que defendemos a realização do plebiscito de Tapajós e Carajás estamos oferecendo oportunidade única ao Brasil e ao Pará de discutirmos e revermos a nossa geopolítica. Esse modelo que está posto aí é arcaico, excludente, autoritário e centralizador, implantado de forma autoritária pelo Brasil Império e que se mantém até hoje.

Também compreendemos as reações tanto dos que são favoráveis, quanto dos que são contra a possibilidade de se desmembrar o Pará e criamos dois novos estados. Só não compreendemos o posicionamento da algumas pessoas esclarecidas, inclusive políticos eleitos por plebiscito e que fazem campanha ferrenha de baixo padrão contra a realização do plebiscito.

Isso demonstra de forma clara por que a geopolítica do Brasil jamais foi colocada em pauta. Isso demonstra o nosso despreparo e de nossos representantes políticos, pois o que estamos pleiteando está garantido na Constituição Federal, Artigo 18, parágrafo 3º, com a seguinte redação:

“§ 3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.”

Nem o governador do Estado do Pará, mesmo após fazer o juramento, não tem o direito de ser contra o plebiscito. A constituição do Pará não está acima da Constituição do Brasil, que garante a realização de plebiscito, de acordo com o texto acima.

Outro assunto que está garantido no artigo acima é que o plebiscito será realizado, somente, na área diretamente interessada. No caso de Tapajós e Carajás as áreas diretamente interessadas são as regiões oeste e sul do Estado e não Pará inteiro, que historicamente, jamais demonstrou interesse em qualquer emancipação. Pode até acontecer ao contrário, mas esses políticos e empresários vão ter rasgar a constituição do país.

Disse aos belenenses que o Movimento pelo Plebiscito está disposto a discutir o tema em qualquer lugar com razão e equilíbrio, fundamentado nas questões históricas. Precisamos nos unir para debatermos a geopolítica do Pará de forma madura e não forma emocional.

Os belenenses precisam perceber que a emancipação do Tapajós vai contribuir ainda mais com a qualidade de vida dessa gente. Precisam ser mais paraenses do que já foram até hoje e deixar de acreditar em políticos que defendem a bandeira do contra por que é a única maneira de se reelegerem e se perpetuarem no poder.

Os mesmos que defendem o Pará grande, não fazem funcionar o aparelho do estado para evitar a morte de tantas crianças, mulheres e idosos no Oeste e no Sul do Pará. Os belenenses precisam perceber que esses políticos os convencem pela emoção, mas não dizem que a redução territorial do Pará remanescente vai melhor as condições de vida do povo de Belém, que detém um maior índice do IDH do estado.

Os paraenses da capital precisam ser mais espertos e começar a pesquisar e entender por que uma pequena elite de políticos e empresários é contra a emancipação. Precisam entender que o Pará não se resume a capital do Estado. Que existe uma imensidão de território onde as pessoas também gostariam de ter acesso a educação, saúde, saneamento básico, infraestrutura, segurança pública, lazer, entretenimento e outros serviços básicos, garantidos na Constituição de nosso país.

Paraenses de Belém e de outros municípios do Pará remanescente precisamos abrir nossos olhos. Se assim o fizermos vamos perceber que o nosso inimigo é comum: o modelo arcaico de nossa geopolítica. E esse modelo só vai mudar com a criação de grandes projetos de desenvolvimento que, certamente, passam pela criação de novos estados, em benefício do Pará, da Amazônia e do Brasil.

domingo, 8 de maio de 2011

CELSO ANTUNES MINISTRA PALESTRA EM SANTARÉM

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A Academia de Letras e Artes de Santarém (ALAS) confirmou a presença doescritor Celso Antunes (foto abaixo), em Santarém, nesta quinta-feira (12/05), às 19h30, no auditório Curuá-Una, do Barrudada Hotel (antigo Hotel Tropical), para ministrar uma palestra com o tema: “Novas maneiras de ensinar, novas formas de aprender”. ..
.Segundo o secretário geral da ALAS, Ednaldo Rodrigues, que está coordenando a programação, a palestra do escritor Celso Antunes faz parte do planejamento da entidade, que programou para 2011, a vinda de pelo menos dois escritores de projeção internacional visando promover intercambio cultural entre os convidados e a Academia.

A palestra é voltada ao público em geral, mas os alvos da entidade são professores e estudantes universitários, principalmente, dos cursos de Pedagogia e Letras. A inscrição de acesso a palestra, para profissional é R$ 30,00 e estudante mediante apresentação de carteira: R$ 20,00 e podem ser feitas na 5ª URE, SEMED (Rui Barbosa), UEPA, UFOPA, IESPES e ULBRA até o dia 11 de maio. No dia 12, a coordenação vai instalar um posto de venda no local da palestra das 9h às 19h. Quem fizer inscrição terá direito a certificado com cinco horas de carga horária. Os ingressos são limitados.

Para maiores esclarecimentos ou entrevistas, os interessados podem fazer contato pelos telefones: (93) 9183-0164 - (93) 9156-4247 - 9174-2598. A seguir a programação completa do dia 12 e o release do escritor Celso Antunes.

PROGRAMAÇÃO

19h30 – Abertura:

Fala do representante da ALAS.

19h35 – Apresentação musical.

Convidados: Odilson Matos e Ivone Silva (Membros da Academia de Letras e Artes de Santarém).

19h50 – Palestra de abertura.

Convidado: Dr. Edivaldo da Silva Bernardo (Membro da Academia de Letras e Artes de Santarém).

Tema: “Academia e Educação”

20h20 – Música instrumental

Convidado: violonista Sebastião Tapajós (Membro da Academia de Letras e Artes de Santarém).

20h30 – Palestra principal

Convidado: Celso Antunes

Tema: "Novas maneiras de ensinar, novas formas de aprender".
22h30 – Encerramento.

RELEASE CELSO ANTUNES

FORMAÇÃO:

Bacharelato e Licenciatura: Geografia, Universidade de São Paulo, 1962.
Esp. em Inteligência e Cognição, Universidade de São Paulo, 1968.
Mestre em Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 1969.

ATUAÇÃO:

Membro da Associação Internacional pelos Direitos da Criança Brincar (UNESCO)
Embaixador de La Educacion – Organización de Estados Americanos
Exército Brasileiro – Colaborador Emérito
Sócio fundador de Todos pela Educação - sociedade civil que reúne lideranças sociais, representantes da iniciativa privada e educadores.

PRODUÇÃO INTELECTUAL:

Autor de mais de 180 livros didáticos – ed. do brasil, ed. scipione. ed ao livro técnico e outras.
Autor de cerca de 60 livros sobre temas de educação – ed. vozes. ed. papirus. ed. artmed. ed. ciranda cultural e outras.

OBRAS TRADUZIDAS:

Argentina, México, Peru, Colômbia, Espanha, Portugal e outros países.

PALESTRAS E CURSOS:

Ministrou palestras e cursos em todos os estados do país, mais de 500 municípios.
Ministrou Palestras e cursos na Argentina, Uruguai, Peru, México e outros países.