sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

RESGATE DO NATAL


O Natal é um dos mais elevados momentos da vida cristã. O ser humano se tona mais leve, mais amável e até perece se aproximar mais Deus. O Natal é alegria, festa, brilho e luz. Luz para iluminar a escuridão do pecado, transpor indiferenças e clarear a nossa alma.

Vida, sonho e inspiração são significados do Natal, aos homens santos, anjos e pecadores. E por isso, que o Natal renova o interior de cada ser humano. A renovação reflete nos olhos e no sorriso das pessoas, especialmente das crianças.

Significa também o nascimento de uma nova criatura. É o próprio amor de Deus por tudo que existe na face da terra.

E nesse momento em que as pessoas parecem ficar mais próximas de Deus precisamos recordar o nascimento de uma nova criatura em cada um de nós. Precisamos lembrar que no mesmo instante que estamos diante de uma mesa farta, há muita gente desprovida de tudo. Até mesmo de esperança e de perspectiva para o dia de amanhã.

Diante dessa triste realidade e que pouco podemos fazer no momento, seria bom que durante o ano de 2010 procurássemos usar o espaço que ocupamos na sociedade, para mudar certas posturas provocadoras dos desníveis sociais. Um sonho que parece distante, mas se começarmos por nossas famílias e se tivermos algum êxito já teremos motivos menos constrangedores para comemorarmos um feliz natal em 2011.

Esse Natal comemorado com festas, ceias fartas e presentes é como se fosse o lado profano de um momento santificado. O significado desse Natal não é o mesmo comemorado por tantas famílias sem teto, sem comida, sem segurança, sem emprego e sem perspectiva de vida.
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O Natal deveria ser um momento de partilha daqueles que tem tudo com aqueles que nada têm. Nem mesmo esperança para lutar pelo dia de amanhã. Não tem o mínimo para montar uma arvore por mais artificial que seja. Não tem saúde e nem tempo para esperar uma ceia que não vai acontecer.

Recordo o Natal das pessoas humildes de minha terra natal. No dia 25 de dezembro dos anos de 1970, depois de um almoço a base de peixes fresco com farinha d’água, as famílias de Santa Inês do Ituqui reuniam-se para escutar as músicas tocadas no programa Parada Social, da Rádio Rural. Era um dos poucos luxos que as pessoas se davam. Poucas famílias tinham rádio e dentre os que tinham o aparelho, havia aquelas famílias que não podiam comprar as pilhas.

À noite as famílias se reuniam para ouvir as histórias de Natal. Os mais velhos contavam que um dia o Papai Noel havia passado pelas ilhas que formavam a comunidade e como presente criou a água, os peixes, os pássaros e os campos.
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O Papai Noel que visitou nossos antepassados era mais realista, embora todos saibam que isso não é verdade. No entanto, nossos pais educavam os filhos com menos fantasias e como homens pragmáticos mantinham a lenda, mas mostravam que a vida é feita com mais realizada e menos utopia.

Nem tudo está errado. Mas o Natal consumista distancia aqueles que têm mais daqueles que não tem quase nada e isso é cruel e deprimente.

Que tenhamos um Feliz Natal todos os dias de 2010. Não a base de presentes e festas, mas fundamentado na partilha e na solidariedade cristã. Um Feliz Natal no sentido de sermos melhores como pessoas em defesa dos interesses da coletividade e não de nossos desejos pessoais e que por isso, muitas vezes nos tornamos insensíveis e egoístas.

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