domingo, 27 de dezembro de 2009

FEVEREIRO DE 2010: MÊS DA ESPERANÇA

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O dia 21 de dezembro de 2009 para grande maioria da população foi um dia normal. Foi diferente, no entanto, para as famílias que perderam seus entes queridos no naufrágio de mais uma embarcação. Entre aqueles que perderam a vida estava uma família formada por pai, mãe e filha. Todos morreram no trágico acidente e o Estado de forma demagógica vai apenas lamentar pelo ocorrido e prometer mais fiscalização.

Moramos em uma região onde os rios sãos nossas ruas. São 28,5 mil empregados nas embarcações registradas na Capitania dos Portos. São 6,7 mil embarcações cadastradas. Temos o maior movimento de barcos de toda a região norte do Brasil. Diante de todos os números apresentados temos também a impotência do Estado do Pará que não consegue equipar e aparelhar as instituições para fazer uma fiscalização séria e evitar novas tragédias.

A ausência do estado do Pará na região oeste não é novidade. A grande novidade é a falta de envolvimento das autoridades locais em prol do plebiscito do Estado do Tapajós. A criação de um novo Estado na região traria para próximo das pessoas a presença do governo e a possibilidade melhor prestação do serviço público à população.

Sabemos que o distanciamento da gestão, representada pelas instituições de fiscalização e de segurança da população, que ficam distante da região metropolitana não decorre da falta de vontade em atender os paraenses do lado de cá. Simplesmente faltam braços para nos alcançar. Historicamente a região é abandonada porque os órgãos governamentais não dispõem de estrutura suficiente e recursos humanos para atender as demandas.

Os portos das cidades do oeste do Pará não contam com uma fiscalização eficiente não por negligência da Capitania dos Portos, mas pela falta de equipamento e de pessoal fazer o trabalho.

No dia 23 de fevereiro de 2010, uma terça-feira, está prevista a votação do projeto que autoriza o plebiscito do Estado do Tapajós. Segundo a Prefeita de Santarém, Maria do Carmo Martins Lima e seu irmão Everaldo Martins Filho estiveram em Brasília ao lado do deputado Lira Maia e pediram urgência urgentíssima à Câmara dos Deputados, para que o projeto seja votado em fevereiro do ano que vem.

Por outro lado, sabemos que algumas lideranças da região, aquelas que só pensam em seu próprio umbigo, em relação ao Estado do Tapajós, agem igual os personagens da “Igreja do Diabo”, de Machado de Assis. Quando pertenciam a Deus preferiam praticar a maldade na calada da noite. Quando passaram a servir a Satanás após fazer as maldades, praticavam o bem. Uma verdadeira contradição.

As lideranças políticas do oeste do Pará defendem a criação do Estado do Tapajós quando lhe é conveniente. Quando não precisam da bandeira preferem agir, se for preciso, até mesmo contra o projeto. Um exemplo disso é ex-colega de movimento e hoje vice-governador do Estado Odair Corrêa.

Ele cansou de fazer discurso em minha frente contra o Estado do Pará em favor do Estado do Tapajós, quando estava no governo o PSDB. Agora diz que nada pode fazer em prol do Estado do Tapajós porque é vice-governador e por isso é obrigado a obedecer a Constituição do Estado. Mas o plebiscito é amparado pela Constituição Federal, e agora?

Gostaria de acreditar que essa movimentação feita em Brasília que levou o estafe político da governadora não tenha sido mais uma manobra para impedir o direito das pessoas votarem no plebiscito e decidir pela criação do Estado do Tapajós ou não. Até fevereiro de 2010 muitas águas vão rolar e os interesse políticos e pessoas das lideranças como sempre pode falar mais alto.

Voltando à lamentável tragédia mais uma vez sentimos a ausência das instituições e a impotência do Governo do Estado do Pará em fazer com que suas ações cheguem aos cidadãos que moram mais distante da capital. Infelizmente essa constatação fica mais clara quando vidas de contribuintes e de inocentes são ceifadas sem qualquer possibilidade de reação ou defesa.

Precisamos agir mais rápido. Caso contrário mais vidas serão tiradas de forma brusca sem que sejam tomadas providências. As autoridades da região precisam entender que o Estado do Pará não oferece condições de equipar e aparelhar nossas instituições e a saída mais rápida e mais eficiente é a união de nossas forças em prol do plebiscito do Estado do Tapajós.

Hoje são 144 municípios que foram o Estado do Pará. Com a criação do Estado do Tapajós seremos apenas 26 municípios e não precisamos ser especialistas em área qualquer para saber que as condições administrativas serão mais favoráveis.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

RESGATE DO NATAL


O Natal é um dos mais elevados momentos da vida cristã. O ser humano se tona mais leve, mais amável e até perece se aproximar mais Deus. O Natal é alegria, festa, brilho e luz. Luz para iluminar a escuridão do pecado, transpor indiferenças e clarear a nossa alma.

Vida, sonho e inspiração são significados do Natal, aos homens santos, anjos e pecadores. E por isso, que o Natal renova o interior de cada ser humano. A renovação reflete nos olhos e no sorriso das pessoas, especialmente das crianças.

Significa também o nascimento de uma nova criatura. É o próprio amor de Deus por tudo que existe na face da terra.

E nesse momento em que as pessoas parecem ficar mais próximas de Deus precisamos recordar o nascimento de uma nova criatura em cada um de nós. Precisamos lembrar que no mesmo instante que estamos diante de uma mesa farta, há muita gente desprovida de tudo. Até mesmo de esperança e de perspectiva para o dia de amanhã.

Diante dessa triste realidade e que pouco podemos fazer no momento, seria bom que durante o ano de 2010 procurássemos usar o espaço que ocupamos na sociedade, para mudar certas posturas provocadoras dos desníveis sociais. Um sonho que parece distante, mas se começarmos por nossas famílias e se tivermos algum êxito já teremos motivos menos constrangedores para comemorarmos um feliz natal em 2011.

Esse Natal comemorado com festas, ceias fartas e presentes é como se fosse o lado profano de um momento santificado. O significado desse Natal não é o mesmo comemorado por tantas famílias sem teto, sem comida, sem segurança, sem emprego e sem perspectiva de vida.
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O Natal deveria ser um momento de partilha daqueles que tem tudo com aqueles que nada têm. Nem mesmo esperança para lutar pelo dia de amanhã. Não tem o mínimo para montar uma arvore por mais artificial que seja. Não tem saúde e nem tempo para esperar uma ceia que não vai acontecer.

Recordo o Natal das pessoas humildes de minha terra natal. No dia 25 de dezembro dos anos de 1970, depois de um almoço a base de peixes fresco com farinha d’água, as famílias de Santa Inês do Ituqui reuniam-se para escutar as músicas tocadas no programa Parada Social, da Rádio Rural. Era um dos poucos luxos que as pessoas se davam. Poucas famílias tinham rádio e dentre os que tinham o aparelho, havia aquelas famílias que não podiam comprar as pilhas.

À noite as famílias se reuniam para ouvir as histórias de Natal. Os mais velhos contavam que um dia o Papai Noel havia passado pelas ilhas que formavam a comunidade e como presente criou a água, os peixes, os pássaros e os campos.
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O Papai Noel que visitou nossos antepassados era mais realista, embora todos saibam que isso não é verdade. No entanto, nossos pais educavam os filhos com menos fantasias e como homens pragmáticos mantinham a lenda, mas mostravam que a vida é feita com mais realizada e menos utopia.

Nem tudo está errado. Mas o Natal consumista distancia aqueles que têm mais daqueles que não tem quase nada e isso é cruel e deprimente.

Que tenhamos um Feliz Natal todos os dias de 2010. Não a base de presentes e festas, mas fundamentado na partilha e na solidariedade cristã. Um Feliz Natal no sentido de sermos melhores como pessoas em defesa dos interesses da coletividade e não de nossos desejos pessoais e que por isso, muitas vezes nos tornamos insensíveis e egoístas.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

VESTIBULAR: UM NOVO PESADELO

O ano de 2009 deve representar um terror aos jovens vestibulandos. Primeiro o adiamento do ENEM e agora o cancelamento da primeira fase do Processo Seletivo da Universidade Federal do Pará (UFPA) e o consequente adiamento da segunda fase da prova.

No decorrer dos anos a UFPA escreveu uma história bonita. Essa história lhe deu credibilidade e inspirou confiança em milhares de paraenses e de outros brasileiros que se destacaram das maiores distancias do país para tentar o vestibular no Pará.

Os tempos passaram e as greves tomaram conta da UFPA e por muitos anos transformou a vida de centenas de estudante num verdadeiro pesadelo. Muitas turmas levaram anos para se formar em decorrência das sucessivas greves.

Houve turmas na UFPA que permaneceram até doze anos para concluir um curso que na época, dentro da normalidade era preciso quatro ou cinco anos, ou seja, oito ou dez semestres.

Mas o tempo passou e as greves cessaram. Não por que os idealistas e ativistas políticos, sindicalistas tenham conquistado todas as demandas outrora reivindicadas, mas por que ficaram cansados de tanto fazer greve e não serem atendidos. Outros alcançaram o que buscavam: um bom emprego ou cargo, o reconhecimento, a notoriedade e depois foram saborear o glamour da vida.

Não podemos negar que a geração das greves teve conquistas e muitas plataformas cobradas vieram para melhorar o ensino superior, com a realização de concursos para professores e técnicos, investimento na infraestrutura, os programas de interiorização e tantos outros benefícios alcançados.

Atualmente, também não podemos esquecer que o governo brasileiro está cometendo um grande atentado contra o ensino superior público. As formosas bolsas do PROUNI estão fortalecendo a instituições privadas e provocando o sucateamento da universidade pública brasileira.

Para aumentar o drama dos estudantes da classe média baixa, um dos processos seletivos mais referenciados do país, o da UPFA, agora resolve imitar o ENEM, com o cancelamento da primeira fase do concurso. Os estudantes devem estar odiando esse vendaval de irresponsabilidade praticado por nossas instituições que deveriam ser exemplo de probidade, moralidade e respeito a sociedade.

Tudo o que as famílias haviam planejado para seus filhos foi desfeito com simples depoimentos. Alguns assumindo suas culpas e outros tentando inverter os valores do prejuízo, dizendo que as mudanças de prazos podem contribuir com a preparação daqueles que ainda precisam rever matérias.

Quem está ganhando com isso são os cursinhos pré-vestibulares. Os alunos serão obrigados a pagar mais mensalidades para continuar se preparando em um espaço que pouca tem a oferecer devido o esgotamento programa do vestibular. Mas a exemplo dos bons atletas, os estudantes precisam continuar em permanente aquecimento para não decepcionar quando iniciar o grande jogo lotérico do vestibular.

Isso é deprimente, estafante, cansativo e humilhante. Estamos nos aproximando do natal e do final do ano. As famílias precisam viajar, mas devem cancelar suas férias por que uma simples justificativa diz que houve falha na condução do processo seletivo e a prova foi cancelada.

O cancelamento da primeira fase desse Processo Seletivo representa a fragilidade de uma das maiores instituições de formação do conhecimento científico do norte do Brasil. Representa um retrocesso na instituição, descrédito e abala profundamente a confiança do Brasil inteiro pelos profissionais formados pela UFPA.

Se as mudanças nesse país devem ocorrer pelos caminhos da educação. A educação desse país precisa construir novos caminhos. Caminhos seguros e capazes de garantir a formação de brasileiros probos, responsáveis e comprometidos. Caso contrário, jamais evitaremos novos pesadelos às futuras gerações.

APENAS TRÊS DELEGADOS PARTICIPAM DA 2ª CEC

Abertura oficial da II Conferência Estadual de Cultura aconteceu ontem à noite, no Museu do Estado do Pará, em Belém, com a participação dos delegados representantes dos municípios paraenses, secretários de cultura, agentes culturais e dos conselhos municipais de cultura.

A programação terá continuidade nesta quarta-feira, 09, e se estenderá até sexta-feira, 11, das 8 à 19h, no Hangar.

O município de Santarém está representado por oito delegados: quatro governamentais e três da sociedade civil. Na II Conferência Municipal de Cultura, realizada no dia 24 de outubro de 2009, em Santarém foram eleitos doze delegados. Inicialmente a Prefeitura de Santarém ofereceu passagem para Belém de ida e volta de barco e como a maioria dos delegados trabalha em horário comercial ficaram impossibilitados de se ausentar por tanto tempo de suas funções e apenas um delegado viajou de barco, sete foram de avião e quatro delegados deixam de ir porque não conseguiram passagem.

1. Em Belém os delegados representantes do município de Santarém vão defender as demandas aprovadas na II Conferência Municipal de Cultura;

2. Programas que trabalhem o resgate das manifestações culturais que estão se perdendo: cantigas de roda, pastorinhas, cordões de pássaros, bois e outros;

3. Elaboração de um agenda de divulgação de valores culturais fora do estado do Pará com objetivo de promover as diferentes manifestações culturais do interior do estado;

4. Garantir a formação continuada dos artistas e produtores culturais para os diferentes sujeitos envolvidos na cultua, a fim de permitir uma inserção mais qualificada no debate e desenvolvimento de ações no contexto local, regional e estadual;

5. Interiorizar instituições governamentais ligadas a cultura a fim de promover ações mais próximas e adequar a realidade dos município, com a representação da SECULT no CIR;

6. Discutir a viabilidade de criação de linhas de crédito para o fomento da qualificação dos atores culturais através de editais; Reforçar o pedido para a construção de um centro de convenções em Santarém;

7. Acelerar a criação do fundo estadual de cultura, com fundos vindos do percentual das compensações de impactos de projetos minerais;

8. Adaptação de prédios, produtos e obras culturais as diferentes exigências de consumo, tendo como exemplo a acessibilidade cultural, aos deficientes.

A II Conferência Estadual de Cultura encerra sexta-feira, 11, com a aprovação das demandas de todos os municípios paraenses. As demandas aprovadas em Belém serão de responsabilidade do Estado do Pará e outras vão ser defendidas junto à Conferência Nacional de Cultura que ainda não tem data confirmada.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

NOSSA SENHORA DOS SANTARENOS

A festa de Nossa Senhora da Conceição completa 348 anos de tradição e de fé. A manifestação religiosa iniciou em 1661, com a chegada da Missão dos padres jesuítas na região do Tapajós, e que mais tarde daria origem à cidade de Santarém, fundada pelo padre João Felipe Bettendorf.

Em uma de duas crônicas Felipe Bettendorf fez a seguinte narrativa: “A noite antecedente da festa em que havia por o altar, houve uns trovões, relâmpagos e coriscos, tão terríveis que todos os índios saíram para fora das casas, e parecia que se ia acabando o mundo. Disseram-me depois que tinham visto em o Céu uma mão com um lenço branco que ia limpando o sangue derramado pelo Céu; em dia seguinte lhes fiz uma prática sobre a Conceição da Imaculada Virgem Nossa, e disse que este sinal foi alguma coisa , foi prognóstico de um grande castigo que a Senhora havia de remediar”.

A história nos conta que meses depois os Jesuítas foram expulsos e Felipe Bettendorf teve de abandonar a Missão, e que esse seria o castigo. Mas em seguida Bettendorf providenciou missionário para dar continuidade a evangelização na aldeia dos Tapajós.

Culturalmente, no decorrer dos 348 anos de história a festa de Nossa Senhora da Conceição, passou por modificações. Nos primeiros anos como se tratava de um povoado, formado por colonos, o espaço era transformado em uma pequena feira, que deu origem ao arraial.

Os devotos traziam os seus produtos agrícolas para se manterem durante os dias em que permaneciam no povoado. Bem parecido com o que ocorre por ocasião da Feira da Cultura Popular. No aspecto religioso manifestações foram introduzidas e outras retiradas em relação ao que ocorria no início da festa: ladainhas, orações, folias, levantamento e derrubada de mastro, procissões e missa, com os sacramentos do batismo e do matrimônio. E a própria introdução do Círio em 1919, segundo o historiador Paulo Rodrigues dos Santos.

Com o crescimento do povoamento foi erguida uma igreja, que se transformou no templo Matriz. O espaço religioso mais importante da região. Por muitos anos, o arraial continuou dando um aspecto interiorano, de originalidade e de autenticidade de um povo simples, mas de muita fé.

Os espaços do arraial foram disciplinados e com o tempo deixaram as características originais. Atualmente, em vez de um arraial, o espaço foi transformado em um centro de comercialização de toda a espécie de produtos.

A festa deve ter iniciado de forma simples e com os mínimos investimentos, mas com o tempo inflacionou tanto que os organizadores precisam vender os espaços aos patrocinadores para garantir as despesas que são geradas com a organização do evento.

Atualmente a festa de Nossa Senhora da Conceição divide-se em três momentos: a imagem peregrina, Círio que este ano reuniu 200 mil devotos e a Caminhada de Fé com Maria, com 35 Km de procissão, entre Mojuí dos Campos e Santarém.

No ultimo dia da festa, 8 de dezembro, no início da noite acontece a procissão no entorno da igreja Matriz da padroeira e a meia noite a queima de fogos, que marca o encerramento das festividades.

Nossa Senhora da Conceição tem contribuído com o desenvolvimento social da cidade de Santarém e com a humanização de seus fiéis que sempre acreditaram na presença viva de Maria entre nós.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

UM EXAME HUMILHANTE

A propaganda do governo brasileiro é bem maior que suas ações: constrói uma simples estrada, mas inaugura a maior rodovia do planeta. E tudo a peso de ouro.

Na área da educação os elevados índices não representam a realidade. Os percentuais estão lá em cima, mas o nível de conhecimento dos estudantes continua lá em baixo, infelizmente. Os institutos de pesquisa apontam 82% de aprovação do governo federal, o que não é normal em um país onde não há leitos nos hospitais, estradas intrafegáveis, sistema penitenciário falido, índice de desemprego elevado e o generalizado descrédito da classe política como jamais houve na história deste país, como diria o próprio presidente Lula.

O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), um dos projetos que vinha agradando professores e alunos implementado pelo atual governo, nem chegou a amadurecer já caiu no descrédito da população. Inicialmente foi o vazamento provocado por funcionários da empresa responsável pela impressão das provas. O adiamento do exame causou desistência de milhões de estudantes que fizeram planos e se prepararam o ano inteiro, mas foram surpreendidos com o cancelamento do exame.

Para completar a atrapalhada, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) trouxe à sala de aula um dos maiores absurdos. Duas provas: a primeira com 90 questões para ser resolvida em 4,5 horas de duração; a segunda prova com 90 questões e mais uma redação para ser resolvidos em 5,5 horas.

O ENEM deste ano não parece ter sido elaborado por especialistas na área da educação, mas sim por burocratas masoquistas com o prazer de fazer os estudantes brasileiros sofrerem física e psicologicamente diante de uma prova maçante, cansativa, absurda e improdutiva. Um exame incapaz de medir o conhecimento dos estudantes, mas fácil de causar o stress e a exaustão.

Além da proposta absurda da prova do ENEM de 2009, concorreu para o sacrifício dos estudantes as precárias instalações das salas de aula das escolas brasileiras, que não reúnem as mínimas condições para se fazer um exame com sucesso devido a falta de estrutura, de conforto e para completar, monitores despreparados.

Didaticamente não consigo entender como o Ministério da Educação admite uma prova com 180 questões no total, sabendo que é humanamente impossível contar com a concentração de um ser humano por tanto tempo. O exame mais parece uma tortura do que um instrumento para medir o conhecimento de nossos estudantes.

Depois de tantos índices favoráveis e dos anúncios incansáveis de um novo país em todos os aspectos, inclusive na educação, o acesso ao ensino superior continua sendo um grande desafio e uma verdadeira humilhação.

As medidas tomadas por iniciativa do governo invertem os valores e até parece que está fazendo um grande favor ao povo brasileiro, quando na verdade todos têm direitos constitucionais garantidos de acesso à educação. Mas tudo o que vê é deprimente e lamentável, sem perspectiva de melhorias a curto prazo.