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Por Ednaldo Rodrigues (28/02/2011)
A polêmica mais recente, em Manaus, envolvendo o prefeito Amazonino Mendes e a paraense Laudenice Paiva, transformou-se num dos episódios mais comentados na semana passada, em vários noticiários de veiculação nacional (Foto baixada da internet).
A polêmica mais recente, em Manaus, envolvendo o prefeito Amazonino Mendes e a paraense Laudenice Paiva, transformou-se num dos episódios mais comentados na semana passada, em vários noticiários de veiculação nacional (Foto baixada da internet).
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Depois que o prefeito, de forma preconceituosa, disse nas entrelinhas, que não tinha nada haver com os problemas sociais dos paraenses radicados em Manaus, uma atitude que todos nós do Oeste do Pará, futuro Estado do Tapajós refutamos, veementemente, por se tratar de xenofobia e abuso de poder. Consideramos a postura do prefeito autoritária e descabida.
No Pará, imediatamente, políticos como os vereadores de Belém e a Senadora Marinor Brito, trataram de aprovar documentos de desagravo e todos condenaram a atitude do prefeito manauara. Marinor, marinheira de primeira viagem, tratou de fazer discurso no Senado Federal, em defesa de Laudenice Paiva, a mulher paraense humilhada pelo cacique amazonense.
Depois que o prefeito, de forma preconceituosa, disse nas entrelinhas, que não tinha nada haver com os problemas sociais dos paraenses radicados em Manaus, uma atitude que todos nós do Oeste do Pará, futuro Estado do Tapajós refutamos, veementemente, por se tratar de xenofobia e abuso de poder. Consideramos a postura do prefeito autoritária e descabida.
No Pará, imediatamente, políticos como os vereadores de Belém e a Senadora Marinor Brito, trataram de aprovar documentos de desagravo e todos condenaram a atitude do prefeito manauara. Marinor, marinheira de primeira viagem, tratou de fazer discurso no Senado Federal, em defesa de Laudenice Paiva, a mulher paraense humilhada pelo cacique amazonense.
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O episódio entre o prefeito Amazonino e a paraense, os políticos de Belém e a senadora Marinor precisam saber de duas coisas: primeiro – não é a primeira vez que os filhos do Oeste do Pará são humilhados, espezinhados e diminuídos em Manaus; segundo – meio milhão pessoas migrou para Manaus por que o Pará, na pessoa de suas autoridades, que ficam encasteladas em Belém, jamais criaram oportunidade para melhorar a qualidade de vida das pessoas da região Oeste.
Vereadores de Belém e senadora Marinor, já houve casos em que pessoas da região perderam a vida por causa da xenofobia, entre amazonenses e paraenses, que, aliás, é histórica. Foi por isso, que na época do império quando foram criadas as províncias de Cametá e Manaus, também foi mencionada a criação da Província do Tapajós, com abrangência aos municípios de Santarém, Óbidos, Alenquer e Monte Alegre.
Segundo informações da Associação dos Filhos e Amigos de Santarém (AFAS), radicados em Manaus, hoje, residem 500 mil paraenses na capital do Amazonas. Desse total 70% são filhos do Oeste do Pará, que migraram em busca de emprego e de oportunidade que não encontraram na região de origem.
As pessoas que moram no Oeste do Pará têm uma relação muito forte com o Amazonas, bem mais intensa que, com a Capital Belém dos paraenses. Tanto que um dos meios de transportes mais usados, no trecho Manaus/Santarém/Belém é o barco. Entre Santarém e Manaus são registrados 16 barcos por mês; entre Santarém e Belém, apenas 8. Isso quer dizer que o Amazonas recebe por mês o dobro de pessoas dessa região do Pará, em relação a Belém.
A Senadora Marinor é do Oeste do Pará, mas ainda não declarou apoio ao Plebiscito do Estado do Tapajós. As lideranças desse Movimento não têm clareza se a senadora vai ficar ao lado da causa ou se fará o mesmo que ex-vice governador Odair Correia, que, quando teve oportunidade de defender o plebiscito, baixou a bandeira sem ninguém pedir. Talvez empolgado pelo glamour do poder, que de repente caiu no colo dele, mesmo que o mínimo prestígio tenha sido granjeado com o suposto ideal de emancipação.
Mesmo diante de todos esses problemas de ordem social e o coronelismo do atual prefeito de Manaus, não podemos esquecer que os amazonenses ajudam muito mais as pessoas que moram no Oeste do Pará, que as autoridades paraenses, principalmente, da capital.
Aprovar moções de solidariedade, documentos de desagravos, que é papel do falso poder dos parlamentares é muito fácil (Falso porque parlamentares aprovam tudo: executivo não executa nada). Difícil é resolver o ônus social que determina a sentença de quem vive e de quem morre pela ausência do efetivo funcionamento do aparelho do Pará, que só procura o cidadão em períodos de eleições e depois tudo fica como era antes, ou seja, verdadeiro estado de abandono.
Se as lideranças políticas do Pará, realmente, se importassem com os “paraenses” do Tapajós se envolveriam na realização do Plebiscito. Esse sim, seria um instrumento legal, capaz de forçar uma redistribuição de renda, gerar emprego e oportunidade ao cidadão da região Oeste.
Entre os dias 15 e 17 de março 2011, as lideranças do Movimento pelo Estado do Tapajós estarão em Brasília. Mais uma vez serão recebidas em audiência pelo presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT/RS). Um momento oportuno para as lideranças políticas do Pará, vereadores de Belém, senadora Marinor demonstrarem na prática que se importam com povo do Tapajós. Basta participarem da audiência e solicitarem a aprovação do projeto Nº 0731/2000 que autoriza o plebiscito.
Caso contrário todas as manifestações de solidariedade aprovadas na semana passada serão transformadas em uma enxurrada de hipocrisia. Oportunismo puro, quando pseudo- lideranças fazem média e palanque para lograr dividendo político, à custa do sofrimento de uma pessoa abandonada pelo seu estado de origem e humilhada por um prefeito cruel e insensível com os problemas sociais.
É jornalista e professor universitário.
Vereadores de Belém e senadora Marinor, já houve casos em que pessoas da região perderam a vida por causa da xenofobia, entre amazonenses e paraenses, que, aliás, é histórica. Foi por isso, que na época do império quando foram criadas as províncias de Cametá e Manaus, também foi mencionada a criação da Província do Tapajós, com abrangência aos municípios de Santarém, Óbidos, Alenquer e Monte Alegre.
Segundo informações da Associação dos Filhos e Amigos de Santarém (AFAS), radicados em Manaus, hoje, residem 500 mil paraenses na capital do Amazonas. Desse total 70% são filhos do Oeste do Pará, que migraram em busca de emprego e de oportunidade que não encontraram na região de origem.
As pessoas que moram no Oeste do Pará têm uma relação muito forte com o Amazonas, bem mais intensa que, com a Capital Belém dos paraenses. Tanto que um dos meios de transportes mais usados, no trecho Manaus/Santarém/Belém é o barco. Entre Santarém e Manaus são registrados 16 barcos por mês; entre Santarém e Belém, apenas 8. Isso quer dizer que o Amazonas recebe por mês o dobro de pessoas dessa região do Pará, em relação a Belém.
A Senadora Marinor é do Oeste do Pará, mas ainda não declarou apoio ao Plebiscito do Estado do Tapajós. As lideranças desse Movimento não têm clareza se a senadora vai ficar ao lado da causa ou se fará o mesmo que ex-vice governador Odair Correia, que, quando teve oportunidade de defender o plebiscito, baixou a bandeira sem ninguém pedir. Talvez empolgado pelo glamour do poder, que de repente caiu no colo dele, mesmo que o mínimo prestígio tenha sido granjeado com o suposto ideal de emancipação.
Mesmo diante de todos esses problemas de ordem social e o coronelismo do atual prefeito de Manaus, não podemos esquecer que os amazonenses ajudam muito mais as pessoas que moram no Oeste do Pará, que as autoridades paraenses, principalmente, da capital.
Aprovar moções de solidariedade, documentos de desagravos, que é papel do falso poder dos parlamentares é muito fácil (Falso porque parlamentares aprovam tudo: executivo não executa nada). Difícil é resolver o ônus social que determina a sentença de quem vive e de quem morre pela ausência do efetivo funcionamento do aparelho do Pará, que só procura o cidadão em períodos de eleições e depois tudo fica como era antes, ou seja, verdadeiro estado de abandono.
Se as lideranças políticas do Pará, realmente, se importassem com os “paraenses” do Tapajós se envolveriam na realização do Plebiscito. Esse sim, seria um instrumento legal, capaz de forçar uma redistribuição de renda, gerar emprego e oportunidade ao cidadão da região Oeste.
Entre os dias 15 e 17 de março 2011, as lideranças do Movimento pelo Estado do Tapajós estarão em Brasília. Mais uma vez serão recebidas em audiência pelo presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT/RS). Um momento oportuno para as lideranças políticas do Pará, vereadores de Belém, senadora Marinor demonstrarem na prática que se importam com povo do Tapajós. Basta participarem da audiência e solicitarem a aprovação do projeto Nº 0731/2000 que autoriza o plebiscito.
Caso contrário todas as manifestações de solidariedade aprovadas na semana passada serão transformadas em uma enxurrada de hipocrisia. Oportunismo puro, quando pseudo- lideranças fazem média e palanque para lograr dividendo político, à custa do sofrimento de uma pessoa abandonada pelo seu estado de origem e humilhada por um prefeito cruel e insensível com os problemas sociais.
É jornalista e professor universitário.