quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Há 150 anos nascia o brasileiro que inventou o rádio

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Nesta sexta-feira, 21 de janeiro, o Brasil celebra o sesquicentenário de nascimento do padre-cientista Roberto Landell de Moura, inventor brasileiro do rádio e Pai das Telecomunicações. Uma série de atividades foi programada para este dia, entre elas o lançamento de selo e carimbo alusivos ao tema pelos Correios nas cidades de Porto Alegre, Campinas e Brasília (Foto abaixo: Padre Landell de Moura.
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Ironia do destino, embora seja um dos maiores gênios dos séculos XIX e XX, por suas invenções e atuação científica, Landell de Moura, gaúcho de Porto Alegre nascido no dia 21 de janeiro de 1861, é ignorado em seu próprio País, onde as crianças continuam aprendendo que o inventor do rádio foi o italiano Guglielmo Marconi.

Com o conhecimento teórico e a inquietude dos que estão à frente de seu tempo, Roberto Landell de Moura transmitiu a voz humana à distância, sem fio, pela primeira vez no mundo. Foi também pioneiro ao projetar aparelhos para a transmissão de imagens (a TV) e textos (o teletipo). Previu que as ondas curtas poderiam aumentar a distância das comunicações e também utilizou-se da luz para enviar mensagens, princípio das fibras ópticas. Tudo está documentado por patentes, manuscritos, noticiário da imprensa no Brasil e no exterior e testemunhos.

As pioneiras transmissões de rádio aconteceram no final do século XIX, ligando o alto de Santana – o Colégio Santana – à emblemática Avenida Paulista, que hoje abriga diversas antenas de emissoras de rádio e de TV.
Ao transmitir a voz, Landell se diferenciou de Marconi. O cientista italiano inventou o telégrafo sem fios, ou seja, a transmissão de sinais em código Morse (conjunto de pontos e traços) e não o rádio tal como o conhecemos
(Abaixo: Uma das primeiras invenções de Lendell de Moura).
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As experiências do padre Landell não sensibilizaram autoridades e nem patrocinadores. Pior: um grupo de fiéis achou que o padre "falava com o demônio" e destruiu seus aparelhos.

Mesmo tendo patenteado o rádio no Brasil (1901), Landell não obteve reconhecimento. Decidiu, então, viajar para os Estados Unidos, onde conseguiu, em 1904, três cartas patentes. De volta ao Brasil, quis fazer uma demonstração das suas invenções no Rio de Janeiro, mas, por um erro de avaliação, o Governo não lhe deu a oportunidade. Depois, ele seria "forçado" a abandonar as experimentações científicas. Morreu no ostracismo e o Brasil importou tecnologia para entrar na era das radiocomunicações!

Landell de Moura está, agora, já em pleno século XXI, prestes a ver seu nome inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, depositado no Panteão Tancredo Neves, graças ao Projeto de Lei do senador Sérgio Zambiasi, que está atualmente em análise na Câmara dos Deputados. Estará, desse modo, ao lado de outros heróis como Tiradentes, Zumbi dos Palmares, Santos Dumont e Oswaldo Cruz.
Também receberá, em fevereiro, o título post-mortem de Cidadão Paulistano (que Marconi recebeu em vida), por iniciativa do vereador Eliseu Gabriel.

Há anos, ele é o patrono dos rádio amadores brasileiros e seu nome está em ruas e praças de várias cidades, em instituições públicas e em livros publicados no Brasil e no Exterior.

O Brasil tem agora a oportunidade de reconhecer a obra científica de Landell e incluir os seus feitos no currículo escolar obrigatório do ensino básico. É por isso que luta o MLM – Movimento Landell de Moura, integrado por voluntários de diferentes áreas, que construiu um site - www.mlm.landelldemoura.qsl.br – para angariar assinaturas em prol desse reconhecimento. Vale registrar que o MLM não tem fins político-partidário, religiosos, financeiros ou de promoção pessoal.

Responsáveis pelas informações e fontes para eventuais consultas:

Hamilton Almeida (hamilton_xxi@yahoo.com / 11- 7236-5560)
Zeza Loureiro (zezal@terra.com.br / 11-8555-5597)
Eduardo Ribeiro (eduribeiro@jornalistasecia.com.br / 11-9689-2230

sábado, 15 de janeiro de 2011

Brasil: a falta de governança provoca homicídio coletivo

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Por Ednaldo Rodrigues (15/01/2011)
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O saldo catastrófico e devastador que inundou, literalmente, o Rio de Janeiro já somam mais de 600 mortos. Agora imaginem as cidades que não contam com o mesmo olhar do governo central, por não terem o mesmo apelo turístico e um colégio eleitoral atraente, como as que se formaram na Amazônia, totalmente desprovidas do funcionamento do aparelhamento do Estado, como reagiriam diante de desastres como esse?

No mundo contemporâneo muito se fala sobre um novo modelo de gerir o Estado, voltado à estruturação das praticas da gestão com ações políticas, sociais, organizacionais e gerenciais que tornem o aparelho do Estado mais eficaz e eficiente (Foto internet: Rio de Janeiro).
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A governança seria capaz de enfrentar os desafios que se impõem em um momento onde a interação de fatores relevantes, no que diz respeito a democracia, capitalismo e globalização se impõem e superam os interesses coletivos, provocando sofrimento e dor.
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A governança constitui um conceito antigo que traz em sua raiz a capacidade de conduzir os processos de formulação, execução e avaliação de políticas públicas integrando instrumentos e mecanismos de gestão capazes de harmonizar as relações econômicas e sociais, privilegiando o fortalecimento das ações governamentais, por meio da eficácia e efetividade dos resultados esperados e da transparência dos processos de gestão.

Pressupõe os ajustes necessários para a sustentabilidade das ações públicas, o aperfeiçoamento dos métodos e procedimentos adotados, assim como a garantia de eficiência dos resultados esperados pela coletividade, antecipando suas ações e, com isso, evitar que se construam, em vez de conglomerados de favelas, centenas de sepulturas.

Nesse sentido, o exercício do planejamento sistematizado passa também a exigir a aplicação de conceitos modernos que facilitem o acompanhamento, a fiscalização e o controle dos espaços urbanos, tanto pela sociedade quanto pelo próprio Estado, fortalecendo as relações institucionais e sociais.

Isso significa dizer que o Estado como um ente a serviço da população precisa se antecipar diante as tragédias naturais, como essa que está ocorrendo no Rio de Janeiro. É dever do Estado, portanto, chegar à frente das demandas sociais, dotar os espaços urbanos e rurais, com infraestrutura mínima, e preservar a vida das pessoas (Foto inernet: Rio de Janeiro).
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Infelizmente, o que ocorre de norte a sul desse país, anacronicamente, é a apropriação do aparelho do Estado para uso em projetos pessoais de grupos políticos. No decorrer de nossa história as demandas sociais, muitas delas causadores de mazelas, foram, literalmente, jogadas para debaixo do tapete. Isso é muito evidente nas construções irregulares, sobre os lixões de nossas metrópoles, onde os mais necessitados constroem as suas humildes moradias e, que em casos mais recentes, transforma-se em cemitérios coletivos.

Historicamente, os problemas do Rio de Janeiro e dos grandes centros urbanos do Brasil foram colocados para debaixo do tapete. Tomar uma decisão e retirar em definitivo as pessoas que fixaram suas casas sobre os lixões não é uma medida simpática, politicamente. Isso poderia comprometer uma reeleição ou a possível eleição de um sucessor. E agora, como fica a consciência dos políticos hipócritas, desonestos e irresposáveis que agiram dessa forma? Se é que eles têm consciência.

O homicídio em massa, no entanto, não ocorre apenas com as inundações no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Recife. Diariamente, o sistema de saúde e outros serviços públicos desse país vitimam centenas de brasileiros. Brasileiros morrem de amistanásia (morte de rato). Morte anunciada porque não se consegue uma consulta médica ou um remédio básico para preservar a vida de nossas crianças e de nossos idosos, as principais vitimas dessa tragédia silenciosa e cruel (Foto internet: São Paulo).
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Em se tratando das ocupações desordenadas. Se o governo percebe que as pessoas, por falta de moradia, vão ocupar uma área, ele precisa se antecipar e estruturar o espaço com ruas, energia elétrica, saneamento básico, sistema de saúde, segurança, linhas de ônibus, escolas e outros serviços público básicos, garantidos na Constituição Federal, como direitos dos cidadãos. Esses serviços pagos, antecipadamente, com os impostos que todos são obrigados a recolher e, no caso do Brasil, segundo os especialistas em economia, os mais exorbitantes, onde são registradas as maiores taxas e contribuições do mundo, mesmo assim, esse dinheiro não retorna em forma de benefícios sociais para que os cidadãos vivam com dignidade.

A governança, portanto, refere-se ao modo com que os governos articulam e coordenam suas ações, em cooperação com os diversos fatores sociais e políticos e sua forma de organização institucional. Uma boa governança é requisito essencial para o desenvolvimento sustentável, o crescimento econômico, a equidade social e direitos humanos. Receita simples para evitar homicídios coletivos a exemplo do que está acontecendo no Rio de Janeiro e Brasil inteiro, onde diariamente, matam-se mais pessoas do que nas guerras civis pelo mundo a fora.