terça-feira, 17 de janeiro de 2012

PRIMEIRO MANIFESTO TAPAJÔNICO

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Por Ednaldo Rodrigues

O nosso primeiro manifesto é de agradecimentos a todos que participaram do vitorioso plebiscito para a criação do Estado do Tapajós e do Carajás, no dia 11 de dezembro de 2011, realizado no Pará.

Agradecimentos aos eleitores: um milhão, duzentos e três mil, quinhentos e setenta e quatro (1.203.574) pessoas que votaram SIM para a criação do Estado do Tapajós e um milhão, cento e oitenta e cinco mil, quinhentos e quarenta e seis (1.185.546) que votarem SIM para a criação do Estado do Carajás.

Ao mesmo tempo lamentamos pelos eleitores da capital/Belém por não terem se sensibilizado com o abandono e o sofrimento dos paraenses do interior do Estado. Votando contra o SIM, perderam a única oportunidade de demonstrar o mínimo de solidariedade pelos que vivem isolados e desassistidos pelo Estado do Pará.

Agradecemos aos políticos que se envolveram em nossa campanha: deputados federais, deputados estaduais, as prefeituras através dos prefeitos e dos vice-prefeitos, as Câmaras Municipais através dos vereadores.

Agradecemos a sociedade civil organizada: os empresários, o movimento social, os partidos políticos, os sindicatos, as associações, diretores de escolas, professores, estudantes, desportistas, profissionais liberais, os internautas, os meios de comunicação, os segmentos culturais, a igreja católica, as igrejas evangélicas, a juventude enfim, todas as categorias que se mobilizaram por conta própria para fazer a campanha do SIM.

No final dessa primeira etapa saímos vencedores. Se dependesse dos resultados das urnas, no oeste e no sul do Pará, hoje estaríamos comemorando a criação dos Estados de Tapajós e de Carajás. Somos vencedores porque lutamos contra a força política e econômica do nosso próprio Estado, contra a falta de uma interpretação coerente da Lei que normatizou a territorialidade do plebiscito, contra os interesses de imprensa regional e nacional. Até os símbolos do Pará foram usados contra nós, mesmo assim vencemos.

A votação expressiva e praticamente unânime em Tapajós e Carajás é o resultado dos anseios desse povo, da verdade de nossa gente que através do voto fez a grande revolução cidadã e se realmente houver justiça neste país, o resultado das urnas não serão esquecidos ou ignorados. Serão levados a sério e dentro de pouco tempo vamos comemorar a criação de dois novos estados na Amazônia.

Por outro lado, pedimos aos eleitores do SIM, que não se sintam forasteiros, esquartejadores, ladrões, indecentes, imorais como o grupo do Governador Jatene que representou o NÃO nos chamou durante a campanha do plebiscito.

Somos brasileiros, nativos dessa Amazônia e por isso, somos os mais paraenses de todos. O NÃO adiou os nossos sonhos e criou um fosso social maior do que já havia historicamente. Não fomos nós que criamos o estado de abandono, nem pedimos para vivermos isolados e excluídos das políticas públicas do “Parazinho”.

Com a campanha o Governador Simão Jatene nos distanciou ainda mais, permitindo que os símbolos do Pará fossem usados de forma sórdida e leviana contra nós e com isso, demonstrou a preferência dele pela Capital/Belém em detrimento do interior do Estado. Por isso, a união defendida pelo NÃO se tornou impossível, a não ser que não tenhamos amor próprio por nós mesmos, por nossas famílias, por nossos filhos e pelas futuras gerações.

Finalmente, agradeço a parabenizo a todos que participaram de uma grande causa. Alias, todo homem e toda mulher deveria incluir no currículo de suas vidas a efetiva participação em uma grande causa. Algo capaz de mudar para melhor a vida das pessoas, mesmo que não as conheçamos ou que jamais venhamos ver seus rostos.

Lutar pelos desafortunados, indefesos, abandonados, excluídos e marginalizados e foi isso que fizemos ao lutarmos pelo Estado do Tapajós. Vamos continuar lutando até que um dia sejamos compreendidos. A nossa geração deixa um grande legado: a auto-estima de nosso povo renovada e um capital político que vai fazer com que o Pará e o Brasil reavaliem o modelo de gestão e nos vejam com mais respeito.

Todos que participaram do plebiscito a favor do SIM estejam certos de que os nossos filhos jamais vão se envergonhar de contar a nossa história. Agora somos mais que cidadãos. Somos soldados e como tal vamos fiscalizar o movimento daqueles que impediram a felicidade de nossa gente e a partir de hoje o nosso Estado chama-se: ESTADO DO TAPAJÓS.

O autor é jornalista

sábado, 10 de dezembro de 2011

REVOLUÇÃO CIVIL ANUNCIADA

Por Ednaldo Rodrigues

Os paraenses do interior do Estado ficaram mais distantes de Belém depois que o Governador Simão Jatene se posicionou ao lado dos políticos defensores do NÃO, declarando desprezo a população do interior do Pará. O SIM Está planejando fazer uma revolução civil se o NÃO vencer. O Pará já passou por isso e a experiência foi desastrosa. Milhares de inocentes foram cruelmente assassinados por determinação do Governo do Pará, entre 1835 e 1837, por ocasião da Revolução da Cabanagem.

Sobre o plebiscito, os eleitores de Belém precisam entender que a história do Tapajós é diferente. O Tapajós tem legitimidade, tem identidade, tem raiz e, sobretudo, tem a credibilidade da população que luta pela sua emancipação administrativa há 161 anos.

Neste domingo os paraenses, principalmente, da capital Belém tem uma grande oportunidade de provar aos paraenses do interior que realmente os consideram, os respeitam e são irmãos de verdade e não uma repetição vazia da palavra.

O primeiro voto é do Tapajós. O eleitor pode votar 77 SIM e 55 NÃO se assim decidir. O projeto do Estado do Tapajós já tem mais de 150 anos de história e os paraenses não podem negá-lo, pois, seria o mesmo que negar a própria história do Pará, marcada por divergências desde a adesão do Estado à independência do Brasil.

Votar em favor do Estado do Tapajós é devolver ao povo nativo da região, aos descendentes do Tapajós sua autonomia, usurpada pelos invasores europeus de forma autoritária, truculenta e desumana. Optar pelo primeiro voto, no Tapajós 77 SIM, é votar na legitimidade de um povo que sempre lutou pela sua autonomia, mas todas as vezes que isso ocorreu foi esmagado pelo Governador do Pará, seja nessa ou naquela ocasião.

Votar no Tapajós é partilhar com os irmãos do oeste do Pará o direito a saúde, educação, transporte, infraestrutura, segurança pública. Votar no Tapajós é realizar o sonho de várias gerações que lutaram por esse ideal e sempre foram desconsiderados, desrespeitados e esmagados pelo poder.

Se o eleitor da capital disser SIM ao Tapajós estará evitando uma revolução civil no Estado do Pará. Uma revolução bem maior do que a que ocorreu em 1835, quando o governo do Pará, com as armas da truculência, da arrogância e da prepotência mandou assassinar milhares de paraenses nativos e inocentes.

Portanto, votando SIM ao Tapajós os paraenses de Belém podem evitar uma nova revolução civil e, conseqüentemente, um massacre ao povo humilde. O povo do Tapajós precisa desse Estado para recuperar a sua dignidade, a sua honra e o respeito diante de sua história. Reconquistar o território que sempre foi seu direito e por natureza.

Não podemos mais esperar nada das mesmas autoridades que chamaram os paraenses do interior de esquartejadores, de ladrões, de assassinos. Essas mesmas pessoas recebem o apoio total do Governador do Estado. Isso demonstra que ele optou por aqueles que denegriram a nossa imagem, honra e dignidade.

O eleitor de Belém precisa entender que o NÃO aprofundou um fosso social ainda maior que havia entre o interior e a capital. As lideranças políticas da capital se fossem responsáveis deveriam trabalhar para esclarecer aos cidadãos do Pará, que o Tapajós é um projeto importante para todos e não declarar guerra ao nosso povo.

Se o SIM vencer, podem evitar uma tragédia anunciada e o povo da capital demonstrará que realmente se importa com os irmãos que vive em condições subumanas e oprimidas no interior do Estado do Pará. Mas se infelizmente isso não acontecer haverá uma revolução civil e a história do Pará, novamente, será manchada de sangue inocente.

O povo do interior jamais vai se render ao julgo de meia dúzia de políticos e de empresários da capital, que empunharam a bandeira do NÃO apenas para se promover. Não se trata de uma ameaça é um alerta aos eleitores da capital. Se a revolução acontecer, os líderes políticos: Simão Jatene, Zenaldo, Sabino e outros vão estar longe das ruas e o sangue deles é o ultimo que vai jorrar pelas ruas do Pará. Antes de votar, eleitor paraense, pense nisso. Com o seu voto no SIM poderá evitar um desastre ainda maior.

Em Santarém, haverá uma grande fogueira em frente à cidade. Se o SIM vencer o fogo vai simbolizar a luz da vitória. Se o NÃO vencer a fogueira servirá para queimar o orgulho dos paraenses, pois independente, do resultado o povo do Tapajós não vai mais fazer reverências aos símbolos do Estado do Pará.

O autor é jornalista
E-mail: Ednaldorodrigues@hotmail.com

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

POR QUÊ E POR QUÉM VOTAR DOMINGO?

Por Ednaldo Rodrigues

Domingo vamos votar por nós e pelo futuro das novas gerações.
Vamos votar por nós e por nossos filhos e filhas.
Vamos votar por nós e pelas grávidas que morrem por falta de atendimento nos hospitais da capital e do interior do Pará.
Vamos votar por nós e pela juventude que não tem perspectiva de emprego.
Vamos votar por nós e pelos idosos que não tem onde morar.
Vamos votar por nós e pelas famílias destruídas por falta de oportunidade de trabalho e estudo para seus filhos, esposos e esposas.
Vamos votar por mais saúde, educação, segurança pública, infraestrutura.
Vamos votar pela honra de tantas gerações que morreram e não tiveram a oportunidade de viver esse momento tão importante que é o plebiscito.
Vamos votar pela nossa dignidade, pela nossa honra e pela nossa liberdade.
Vamos votar contra o cinismo, o deboche, o egoísmo, o colonialismo, a opressão, o desprezo e o histórico abandono.
Vamos votar por um Pará grande em justiça, solidariedade, partilha e igualdade.
Vamos votar pelo amor ao próximo.
Vamos votar pelo sentimento que temos por nossos filhos e pelos nossos entes-queridos que se foram pela ausência do Estado.
Vamos votar contra o autoritarismo do NÃO e NÃO.
Vamos votar contra as falsas lágrimas da Fafá de Belém, que nem mora no Brasil.
Vamos votar contra a atriz Dira Paz, que não mora no Pará.
Vamos votar contra o jogador Ganso que mora em São Paulo.
Vamos votar contra os cantores de Belém que só vêem ao interior do Estado para fazer seus shows e ganhar o nosso dinheiro.
Vamos votar contra o latifúndio do Estado do Pará.
Vamos votar contra o Governador SIMÃO JATENE, contra o Zenaldo e contra Celso Sabino, que usam os nossos impostos pra nos oprimir e nos humilhar.
DOMINGO VAMOS VOTAR PRIMEIRO PARA CRIAR O ESTADO DO TAPAJÓS E DEPOIS PARA CRIAR O ESTADO DO CARAJÁS. VAMOS VOTAR 77, SIM.

O autor é jornalista e professor universitário
E-mail: ednaldorodrigues@hotmail.com

domingo, 4 de dezembro de 2011

ARROGÂNCIA, CINISMO E HIPOCRISIA

.Por Ednaldo Rodrigues

Arrogância, cinismo e hipocrisia, em vez de propostas, são as posturas mais evidentes que conseguimos extrair dos dois representantes do “não” contra o SIM 77. O plebiscito para criação dos estados do Tapajós e Carajás tem contribuído também para revelar a forma com que as elites da capital Belém tratam os paraenses empobrecidos, ou seja, com deboche, desprezo, preconceito e xenofobia.

Quando o Zenaldo Escrotinho e o Celso Burrinho dizem que somos meia dúzia de políticos. Isso é uma mentira absurda e uma ofensa grotesca as lutas sociais de gerações que lutaram e lutam pela emancipação do Pará desde 1850, ora mais forte, ora mais tímida, mas esse ideal sempre foi perseverado pela nossa gente.

Em 2007, ajudei a coordenar um abaixo-assinado para a coleta de 500 mil assinaturas na região oeste do Pará, solicitando a aprovação do plebiscito. Esse documento está protocolado no Congresso Nacional e é do conhecimento do Zenaldo. As 500.151 pessoas que participaram do abaixo-assinado não são meia dúzia. Além disso, o projeto que o Congresso Nacional aprovou detém uma emenda com outro abaixo-assinado com 17 mil assinaturas em anexo.

No entanto, para mim, que faço parte da luta pela criação do Estado do Tapajós há 10 anos, trabalhando como voluntário, essa postura leviana não é novidade. Aos paraenses que não acompanharam a nossa luta jamais poderiam imaginar que em Brasília, nos últimos anos, o Zenaldo sempre nos humilhou, com a mesma postura autoritária e com a mesma cara cínica e arrogante.

Em Brasília, sempre lutou contra a realização do plebiscito, de forma covarde a traiçoeira, desarticulando a luta de pessoas humildes que não tinham mandato, mas pessoas honradas que sempre sonharam com dias melhores à nossa gente. Hoje continua usando de má fé o mandato para se promover. O Zenaldo sabe que a criação do Estado do Tapajós é irreversível, mas está aproveitando o momento para semear discórdia entre os paraenses e impor sua candidatura a Prefeitura de Belém e os belenenses nem se dão conta disso.



Quando o Zenaldo e o Celso nos tratam de forma preconceituosa, nos chamando de separatistas e esquartejadores do Pará, afirmando que estamos tirando toda a área territorial e as riquezas minerais do Estado, mais uma vez revelam que não nos consideram e nem nos respeitam como paraenses e demonstram total desprezo pelos mais empobrecidos e necessitados. Essas áreas também nos pertencem, pois temos direitos maiores, pois somos nativos da região e a nossa história fala por nós.

Esse plebiscito é uma oportunidade ao povo da região do Tapajós de reconquistar tudo o que nos foi usurpado pelos colonizadores da capital. A história antropológica da região afirma que antes da instalação da capital Belém já havia um povo nessa região que tinha a sua independência administrativa, mas com a invasão dos Portugueses tudo o que pertencia a esse povo foi usurpado pelos colonizadores e tanto Zenaldo como Sabino representam muito bem os colonizadores e os escravocratas, que historicamente oprimiram e continuam oprimindo o nosso povo.

Se existe alguém que precisa reconquistar territorio é a nossa gente e não a aleite política de Belém. Alias, é bom lembrar que com o lastro de nossas riquezas essa mesma elite política fez vultosos empréstimos internacionais para aumentar o patrimônio pessoal deles e construir obras faraônicas, que só beneficiam as elites da capital. O pagamento, no entanto, desses empréstimos é feito com os impostos de todos os paraenses, inclusive, dos mais empobrecidos do Tapajós, Carajás, Salgado, Marajó e pela periferia pobre da capital. É pra isso que servimos, Zenaldo? Para pagar a dívida de meia dúzia de folgados, como os políticos tradicionais e os empresários opressores da capital?

O posicionamento dos dois defensores do não, representa a manutenção do latifúndio que é uma herança cruel, centralizadora, concentradora e escravagista das Capitanias Hereditárias, inspirada no feudalismo. Zenaldo e Sabino representam os senhores feudais do século 21. Na visão deles, os mais empobrecidos do Pará somos os servos que só temos o dever de trabalhar para pagar os impostos e eles usufruírem. Nós não temos direito de lutar para melhorar a vida das pessoas que vivem abandonadas pelo Estado do Pará tanto na região oeste como no sul do Estado.

A postura dos dois deputados, que falam de forma cínica dos políticos, como se ambos não os fossem também, deixa muito claro o desprezo que eles têm pela luta secular de gerações, que vêem na criação do Estado do Tapajós, uma alternativa para oferecer mais dignidade aos paraenses que moram distante da capital Belém. Nos debates se esforçam de todas as formas para confundir a cabeça do eleitor menos esclarecido. Isso é desumano, cruel e covarde.

Zenaldo e Celso revelam que o minério e a área territorial do Estado, ou seja, o latifúndio são mais importantes que os problemas enfrentados pelos paraenses do interior e da periferia do Pará. Falam como se tudo o que há fosse propriedade do Parazinho. Falam como se a falta de médicos, segurança pública, infraestrutura, educação, falta de moradia, saneamento básico e outros serviços públicos não significassem nada. Isso significa a vida das pessoas e é pelas nossas vidas que os dois Pinóquio tem desprezo.

Infelizmente, o Pará não consegue atender as demandas sociais de seu povo, mas esse tema é ignorado e aos dois é natural crianças, idosos e grávidas morrerem por falta de leitos e de hospitais. É por tudo isso que eu digo a todos os paraenses do interior e da capital que estamos diante de uma oportunidade única. Precisamos votar SIM 77 ao Tapajós e ao Carajás e se realmente amamos o Pará, precisamos amar também o seu povo. Com a criação de dois novos Estados estaremos garantindo o futuro de nossos filhos e das gerações futuras.

Recordo que ontem o Zenaldo Escrotinho encerrou a sua apresentação teatral na televisão falando de sentimento pela área territorial, minério, bandeira e cultura do Pará. O que diriam a ele as mães que perderam suas crianças, no interior do Estado, por falta de atendimento básico; os filhos dos idosos que perderam seus pais por falta de assistência médica; os maridos que perderam suas esposas e filhos prematuros durante o parto por falta de leitos nos hospitais no interior do Pará e mais recentemente, na Santa Casa em Belém. Eles também não têm sentimentos por seus entes-queridos?

ergunto ainda mais aos meus amigos internautas e também ao Zenaldo Escrotinho e ao Celso Burrinho: área territorial, minério, bandeira e a cultura do Pará têm mais valor do que a vida das pessoas? A união que eles nos propõem é essa? Vida digna as elites da capital e a morte aos nossos paraenses do interior do Estado? Essa é a repetição do velho filme que motivou a Cabanagem em 1835, quando as elites da Capital mandaram matar milhares de pessoas humildes do interior, que eles, os chamavam de Cabanos. É isso que pretendem fazer novamente se não nos rendermos ao julgo dessas elites conservadoras, autoritárias e cínicas? Eu refuto o sentimento falso do Zenaldo e, humildemente, peço a todos que votem NO DIA 11 DE DEZEMBRO SIM 77 AO TAPAJÓS E AO CARAJÁS.

A criação do Estado do Tapajós é uma proposta secular e que surge do verdadeiro sentimento do povo do interior, empobrecidos pelos colonizadores da capital, a elite, que nada tem haver com a grande população de Belém, que também é vitima desse poder que despreza o cidadão e aniquila o sonho de gerações e gerações.

O autor é jornalista e professor universitário
E-mail: ednaldorodrigues@hotmail.com

segunda-feira, 7 de novembro de 2011



ACADEMIA DE LETRAS E ARTES DE SANTARÉM


EDITAL DE VACÂNCIA


No uso das atribuições que me são conferidas por lei e obedecendo o Artigo 5º do Estatuto Social da Academia de Letras e Artes de Santarém (ALAS), venho tornar público o Edital de Vacância das cadeiras números: 13, 22 e 34, da ALAS. Bem como, o Edital de inscrição, no período de 7 a 21 de novembro de 2011, para novos membros dispostos a participar do processo seletivo para integrar o quadro da Academia.


As inscrições, por meio de ofício, podem ser protocoladas junto a recepção da Secretaria Municipal de Cultura (SEMC), sito: Avenida São Sebastião, 965, Santa Clara, CEP: 68005-090. O ofício deverá ser endereçado à Secretaria Geral da ALAS.


Na Assembléia Geral da Entidade, no dia 04 de novembro de 2011 foi aprovada uma Comissão para analisar a vida e obra dos candidatos que irão concorrer a uma das três vagas disponíveis pela Academia, conforme o Artigo 6º, parágrafo 1º, do Estatuto.


A eleição será realizada, no dia 2 de dezembro de 2011, em primeiro e segundo turnos para a escolha dos novos integrantes da ALAS, de acordo com Artigo 6º, parágrafo 2º, do mesmo Estatuto, em uma sessão extraordinária, especificamente, para esse fim.




Santarém-Tapajós, 07 de novembro de 2011

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

TEMPERATURA EM SANTARÉM: A PERCEPÇAO CIENTÍFICA SOBRE O SENSO COMUM

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por Ednaldo Rodrigues (*)

Desmatamento, crescimento populacional, aumento da frota de veículos automotores e a urbanização da cidade estão entre outros fatores causadores da elevação da temperatura ambiente em Santarém, afirmou o cientista em Física da Atmosfera Rodrigo da Silva (foto). Segundo ele, difícil é determinar o peso para cada um dos fatores e identificar qual foi o mais determinante para a alteração do clima na cidade.


Rodrigo da Silva comenta o ponto de vista de pessoas que moram em Santarém, sobre a elevação da temperatura, em bairros da cidade, nos últimos 20, 30 e 40 anos.
O aposentado Francisco de Paulo Vasconcelos dos Santos, 66, mora em Santarém, no centro da cidade, há 47 anos. Durante 38 anos, trabalhou como taxista. Segundo ele, a temperatura na cidade aumentou consideravelmente. Na época em que trabalhou na praça, não havia o ar condicionado, mesmo assim a temperatura ambiente não apresentava tanta diferença quando ele saia do carro. Na opinião do taxista, a temperatura atual é superior em relação há 40 anos.

O servidor público Manoel Gilberto Vieira dos Santos, 53, natural do Lago Grande, chegou a Santarém em 1975. Há 36 anos, mora no bairro da Esperança, que fica mais afastado do centro. Quando chegou o bairro era todo coberto de vegetação e o clima era melhor em relação aos dias atuais, mesmo que na época não houvesse qualquer sistema de medição de temperatura.

Relógio climático

Gilberto Vieira lembra que a temperatura no interior, na comunidade de origem, mesmo nos anos de 1970 era mais amena do que na cidade. No Lago Grande o clima era mais agradável enquanto que na cidade era mais incômodo, principalmente durante o dia. Embora, na época a urbanização ainda estivesse iniciando.

Outro entrevistado, Gilberto Soares Diniz, 51, mora em Santarém há 49 anos e durante 15 anos trabalha como taxista. Ele também diz que a temperatura na cidade se elevou bastante nos últimos 20 anos. Uma das mudanças mais evidentes foi o relógio climático que alterou a estação local. Antes, o inverno e o verão eram muito bem definidos. Hoje, já não se sabe quando vai iniciar o período de chuva. Há 20 anos se sabia que em novembro haveria chuva, agora, no entanto, o inverno rigoroso só inicia em dezembro ou janeiro.

Nem sempre o progresso econômico significa progresso social, afirma Gilberto Diniz. Para o setor da economia, os projetos de urbanização da cidade, no campo e em outros setores da sociedade são favoráveis. Mas não tem o mesmo significado para a sociedade, uma vez que afeta a saúde das pessoas e o meio ambiente.

O vereador Reginaldo Rocha Campos (PSB) também acredita que houve aumento considerável na temperatura ambiente da cidade. Mora em Santarém, no Aeroporto Velho, um bairro não planejado, há mais de 20 anos. Em decorrência do perceptível aumento da temperatura, defende a tramitação, na Câmara Municipal, de um projeto de Lei que prevê a arborização total da cidade.

Radiação solar

O cientista Rodrigo da Silva, por sua vez, disse que para definir o clima de uma região faz-se necessário estudá-la em um longo período. Geralmente essa temperatura é tomada em local específico de uma região. Analisa-se a umidade relativa, o índice de precipitação, os estudos pluviométricos, velocidade e direção do vento, os índices de radiação solar ao longo do dia, a transformação de água líquida na superfície em vapor que vai para a atmosfera.

Somente entre 20 e 30 anos de estudo é possível levantar dados estatísticos, trabalho de média, definição de meses mais quentes, ventilados e chuvosos. Tudo isso é necessário para definir as condições climáticas de determinada região. Enquanto a temperatura ambiente é medida na atmosfera em determinado momento. Para o senso comum não interessa a temperatura ambiente e sim a temperatura média.

O pesquisador esclareceu que na região se tem o clima urbano na cidade e o clima rural no interior. Segundo ele, o clima sofre modificações das variáveis (temperatura, vento, radiação), que respondem a superfície que está a baixo. A superfície urbana cheia de concreto, asfalto, com toda uma poluição indo para atmosfera vai gerar um clima que representa todas as condições de reação e, consequentemente, a modificação da temperatura.

O clima do planalto, em áreas menos urbanizadas, com mais vegetação, densamente cercado por florestas o clima é mais agradável. Nesse mesmo local em áreas agrícolas e de campos limpos, onde há incidência de desmatamentos o clima é mais rigoroso. As duas áreas, mesmo que estejam na zona rural e próximas uma da outra, ainda assim vai apresentar diferença na temperatura.

Zona urbana

Rodrigo da Silva diz que em regiões de rios também haverá diferença de percepção na temperatura. Hoje as pessoas que moram nessas áreas não conseguem perceber com mais clareza, pois as mudanças do clima nesses locais ocorrem muito lentamente.

O cientista diz que na zona urbana, um dos fatores que provoca maior elevação na temperatura é o aumento da frota de veículos automotores, criando uma ilha de calor sobre a cidade que impede que o ar quente seja liberado. Esse fenômeno impede o resfriamento do lugar. Na zona rural um dos maiores causadores da elevação da temperatura é o desmatamento.

Os quatro entrevistados dizem que a elevação da temperatura em Santarém se dá pelo aumento da população, construção de casas, desmatamento da área urbana, das matas ciliares dos mananciais dos rios e dos igarapés, bem como a pavimentação das ruas. Há três décadas as casas eram cobertas de palha e as paredes de pau-a-pique, mas com a chegada da modernidade as coisas mudaram e grande parte das construções é em alvenaria, cobertas com Brasilit. Depois disso a temperatura ambiente das residências se elevou e hoje é praticamente insuportável viver em Santarém sem o auxílio do ventilador ou do ar condicionado.

No entanto, nem tudo está perdido, diz Rodrigo da Silva. Se houver vontade política por parte dos gestores públicos, há possibilidade e meios para melhorar o clima em Santarém, com uma boa engenharia de trânsito, saneamento básico e outras medidas governamentais nas áreas da educação integral, bem como projetos capazes de melhorar a qualidade de vida das pessoas que moram na cidade.

Rodrigo da Silva é cientista, doutor em física, com especialidade em física da atmosfera. Desde 2009 coordena o Projeto LBA, em Santarém; o grupo Bio Geofísica da Região Amazônica e Modelagem Ambiental (BRAMA), da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). Desenvolve pesquisa na área da Micro-metrologia, com estudos da física do clima na região Amazônica.

* Santareno, é jornalista. Faz especialização em Jornalismo Científico pela UFOPA

sábado, 22 de outubro de 2011

O NÃO LUTA POR NADA

Por Ednaldo Rodrigues

Os paraenses defensores do SIM 77 lutam pela criação de dois novos Estados, enquanto que os defensores do não lutam por nada.

O defensor do não contra o Estado do Tapajós, em entrevista, admitiu que há problemas sérios nas áreas da saúde, educação, segurança pública, infraestrutura e falta outros investimentos na região do Tapajós, mas disse que não aceita a reordenamento territorial do Pará. Isso representa o autoritarismo da gestão pública paraense e a anti-democracia típica dos colonizadores.

Além disso, o defensor do não, não apresentou nenhuma saída concreta, capaz de melhorar a qualidade de vida das pessoas que querem a emancipação a médio ou em longo prazo.

Nós do SIM 77 lutamos por empregos para a juventude de toda a região desse grande Pará. Lutamos por saúde, educação, segurança pública, infraestrutura e por novas oportunidades.

Os contra lutam para manter o atraso, o colonialismo, o abandono e o isolamento social de nossa gente. Isso é defender um grande Pará ou os seus interesses pessoais?

Quem ama o Pará continental deveria também amar o nosso povo. Lutar pelo não é o mesmo que perder a oportunidade de criar dois novos estados e de triplicar os recursos em favor de todos os paraenses.

Ser contra a reordenamento do Pará não é apenas um grande equívoco é um EQUÍVOCO ESTÚPIDO. O defensor do não contra o Estado do Tapajós é fraco. Não conhece a realidade do Estado do Pará e por isso, pode até ser um aliado do SIM TAPAJÓS 77.

Ele disse que os dados que utiliza para ser contra o reodenamento político do Pará são oficiais (UFPA, IDESP, IPEA) e tentou desqualificar os estudos feitos pelo economista Célio Costa, que apontam viabilidade de Tapajós e Carajás.

No entanto, os números que o Célio Costa sustenta em seus estudos são das mesmas fontes: IBGE, SEPOF e IDESP, IPEA órgãos oficiais dos governos Federam e Estadual e qualquer pessoa pode acessar nos sites oficiais e confirmar.

Nós paraenses, estamos diante de um momento único. O Brasil está nos dando a oportunidade de fortalecer política e economicamente a Amazônia com a criação de dois novos estados. Os políticos e os empresários do NÃO estão se lixando com os problemas sociais da população. Por isso, os paraenses do interior e da capital precisam ser mais espertos e votar SIM 77 e ajudar a triplicar os recursos para a região.

Com a criação de Tapajós e Carajás estamos apresentando um projeto de desenvolvimento, alternativas e oportunidades ao nosso povo. Manter o Pará do jeito que está é negar os direitos básicos da população de acesso a saúde, educação, infraestrutura, segurança pública, lazer e, sobretudo, ser contra é impedir o desenvolvimento do Norte do Brasil.

O autor é jornalista e professor universitário